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Sunday, September 11, 2011

E depois do Europeu 2011 ?

Já tinha confidenciado a amigos que faria uma análise à Selecção Nacional portuguesa após o Campeonato da Europa. Depois de ler o texto do prof. Jorge Araújo num órgão de comunicação social, sobre o estado do basquetebol português entendi que deveria antecipar esse momento. Assim, num dia de tantas recordações, e depois de ler o referido texto, devo dizer que fiquei algo decepcionado, porque o considero uma pessoa de referência do nosso basquetebol e porque muitos de nós que permanecemos no basquetebol de uma forma activa já tínhamos chegado, há muito tempo, às diversas conclusões que ele aponta. No entanto, não deixo de registar o seu contributo, juntando-se assim às vozes que acham que o basquetebol tem e deve tomar uma direcção diferente. Conheci o prof. Jorge Araújo quando veio para Coimbra como treinador da AAC em 1973, onde foi meu treinador. Aí, deu início a um ciclo que daria 3 Campeonatos Nacionais de Juvenis (hoje chamados cadetes), 2 Campeonatos Nacionais de Juniores, 1 Campeonato Nacional da Terceira Divisão e 1 Campeonato Nacional da Segunda Masculina, 1 Campeonato Nacional da Segunda feminina e 1 Campeonato Nacional da Primeira feminina com o CAC. Com ele treinávamos todos os dias nas férias e sempre que o calendário escolar o permitia duas vezes por dia. Só com a quantidade e qualidade de trabalho foi possível alcançar esses resultados. Todos nós aprendemos que a palavra profissional era uma questão de atitude e a folha do nosso salário indicava zero como retribuição. Pode dizer-se que nesse tempo éramos um grupo unido, alegre, divertido e com objectivos bem definidos, o que permitiu cimentar muitas amizades que perduraram ao longo do tempo. No seguimento da sua carreira, Jorge Araújo sempre defendeu o profissionalismo. Posso dizer que sempre concordei com o espírito da ideia, mas nunca deixei de ter os pés bem assentes no chão quanto ao país em que vivemos, quanto ao seu modelo desportivo e, por fim, quanto ao seu modelo sócio económico. Daí eu por exemplo ter sempre defendido que deveria haver um limite de estrangeiros, bem como orçamentos sérios. Num país tão débil como o nosso, não ter feito formação e não ter dinheiro para fazer contratações no exterior levou a um envelhecimento dos principais jogadores do nosso campeonato, da Selecção, da diminuição do nível competitivo e do espectáculo oferecido ao público consumidor do jogo de basquetebol. Os jogadores que ainda hoje fazem parte da Selecção Nacional são aqueles que treinaram profissionalmente, que tiveram experiência internacional pela possibilidade de representarem equipas estrangeiras ou pelas participações em competições europeias. Só por isso é que foi possível chegar a este patamar de competição. Contudo, neste momento, e sem uma selecção B que tivesse vindo a trabalhar duma forma constante e consistente, parece-me que os objectivos a curto prazo vão ter de ser pequenos tudo apontando para um vazio durante vários anos. Até porque se analisarmos os plantéis das equipas que disputaram e que ainda estão a disputar o Campeonato da Europa, concluímos da existência de diversos jogadores que jogam ao nível da NBA e de campeonatos de referência na Europa. Portugal não tem, nem se perspectiva que venha a ter num futuro próximo. A componente física do jogo ganhou um peso muito grande, em termos de estatura, velocidade e força. Todas as selecções possuem diversos jogadores com mais de 2,10 metros e muitas vezes com mais de 2,15. Não temos esse tipo de jogadores, pelo que é necessário que os nossos jogadores tenham determinadas competências técnicas e físicas que permitam bater-se perante este tipo de adversários. Para que isso aconteça é necessário treinar, treinar muito e treinar bem, isto é, muitas horas, com bons treinadores de formação e treinadores competentes na competição, sendo que o factor tempo aqui é determinante. Por fim gostaria de abordar a questão dos estrangeiros, que por vezes é referida como negativa. Mas será que é realmente assim? Noutros países europeus esta questão não se tem colocado. Inglaterra, Alemanha, Espanha, França (melhores colocadas no ranking europeu) e outros não têm colocado esta questão. O futebol não tem tido problemas de resultados ao nível de clubes nas competições internacionais e ao nível da selecção sénior. A questão coloca-se na filosofia que cada competição deve apresentar. Por exemplo, se a competição Proliga é para dar experiência aos jogadores portugueses, então deve permitir-se dois estrangeiros? Esta questão já foi levantada por mim aquando do nascimento desta competição, numa reunião de clubes em Aveiro há muitos, muitos anos... Qual o objectivo da Proliga? Não basta criar uma competição, tem de se saber para quê. Quem são os seus intervenientes, quem são os seus jogadores, quem são os seus treinadores, quem são os seus árbitros, os seus públicos, etc.. No que diz respeito à LPB deve-se encontrar um equilíbrio entre jogadores portugueses, estrangeiros, equilíbrio financeiro dos clubes, espectáculo, qualidade do trabalho diário, promoção das equipas, promoção da competição, etc., e para que isso aconteça temos de ter jogadores e treinadores de qualidade. Só com qualidade é que podemos chegar ao patamar seguinte, só com trabalho de qualidade os jogadores e as equipas podem melhorar e a competição ser melhor. Ser melhor proporciona melhor espectáculo e traz mais espectadores. Será possível encontrar esse equilíbrio? O presidente Mário Saldanha é um homem do basquetebol e penso que posso afirmar que ele quer o bem da modalidade. Assim, o que está em causa é uma visão do basquetebol e como poderemos atingir um patamar superior de qualidade. Posso dizer que em 2007, depois de ter observado uma competição para jovens chamada Competição do Eixo Atlântico, promovi uma reunião a título e por iniciativa pessoal com todos os clubes da Galiza tendo-lhes colocado a questão da sua disponibilidade de competirem com equipas portuguesas, aproveitando o chamado Eixo Atlântico. A resposta foi positiva e de tal conclusão dei na altura conhecimento ao Presidente Mário Saldanha. Esta teria sido uma competição deveras importante para o basquetebol nacional numa altura que já sabíamos que a qualidade estava a diminuir. Infelizmente nada foi feito. Como referi sei que o Presidente da FPB é uma pessoa do basquetebol e que quer o bem do basquetebol, não é isso que está em causa, julgo, então, que Mário Saldanha terá de se rodear de pessoas conhecedoras, competentes, audazes, inovadoras e profissionais para assumir as decisões urgentes que se exigem. Aproveito para lançar um apelo ao prof. Jorge Araújo, ele que foi sempre um democrata: quando convocar uma Assembleia Geral da FPB, não o faça para um dia de competição, pois quem estiver a competir não poderá comparecer e dar o seu contributo para a discussão de um basquetebol melhor, bem como defender os seus legítimos interesses na Assembleia Geral da FPB.

Monday, May 17, 2010

Pelo bem do basquetebol...

Pelo bem do basquetebol...

Desde há muitos anos que estou envolvido de uma forma profissional e emocional com o basquetebol. A minha vida tem gravitado neste grande jogo. Aliás, digo a algumas pessoas que sou das poucas que faz realmente aquilo que gosta.
Em paralelo, e desde cedo, os meus padrões de exigência tornaram-se elevados, por influência de pessoas as quais tive o prazer de escutar, observar e analisar de próximo o seu trabalho. Alguns deles foram meus treinadores.
Ao longo destes anos vivi grandes momentos dentro e fora dos pavilhões, de alegrias e tristezas. Momentos esses que fazem parte da minha história e que faço questão de partilhar com amigos, colegas, treinadores e outras pessoas. Por me terem servido de ensinamento, para que possam ter a mesma utilidade para outras ou por pura diversão.
Diz-se que ao longo dos tempos nos vamos modificando e igualmente que muita coisa muda na vida. Na minha, tem sido uma constante o amor pelo basquetebol.
É por isso que me custa imenso assistir à queda de popularidade, do prestígio, da visibilidade e do respeito pelo basquetebol. Um sentimento que - felizmente e infelizmente! - não é sentido apenas por mim.
Estando no basquetebol há tantos anos é natural que, além de dialogar sobre negócios, comente e escute comentários sobre o actual estado da modalidade com os diversos agentes com os quais me cruzo nos pavilhões ou, simplesmente, na rua.
Ao longo destes últimos tempos, dirigentes, treinadores e jogadores foram-me demonstrando, em crescendo, a sua insatisfação, motivo pelo qual nasceu a vontade vinda de diversas áreas, de que algo teria de ser feito. A questão estava em saber quando, como e o quê...
A actual Direcção da FPB não acompanhou – ou não quis? – a evolução da modalidade na Europa e no Mundo e não encarou – ou não quis? - os desafios que, obrigatoriamente, se apresentavam. Mais: não se mostrou disponível para um diálogo com diversos interlocutores também interessados na progressão do basquetebol português.
Em comunhão de ideias e de forma espontânea, um grupo de apaixonados pelo basquetebol desiludidos com o actual estado das coisas, juntaram esforços no sentido de encontrar uma solução que se revelasse uma via alternativa ao actual elenco federativo, de forma a garantir uma mudança drástica no rumo da modalidade no nosso país.
O José Curado (perdoe-me a familiaridade para pessoas que tão mal se conheciam) aceitou liderar este processo alertado para as dificuldades e armadilhas com que se iria deparar. Tem, mesmo assim, tudo para sair vitorioso.
Com a apresentação e entrega formal da sua candidatura à Direcção da Federação Portuguesa de Basquetebol dou, naturalmente, por encerrado este projecto da minha vida. Um projecto no qual me empenhei ao máximo, tal como em tudo que me envolvo.
Estive no nascimento deste projecto de candidatura por dívida de gratidão para com a modalidade que me permitiu fazer aquilo que gosto de uma forma profissional, esperando ter contribuído para que nada seja igual no futuro do basquetebol português, para melhor.
Fi-lo igualmente porque me foi solicitado por verdadeiros amantes do basquetebol, que eu muito respeito.
Desejo, agora, que os basquetebolistas se unam em torno da sua modalidade. Se isso não acontecer, é muito possível que aquilo que todos nós tanto gostamos caia num lamaçal do qual será extremamente complicado de retirar.
Se quem ganhar as eleições nada fizer pelo basquetebol desfazem-se as dúvidas de que o estado do basquetebol será muito pior do que o é actualmente. Compete aos delegados elegerem a próxima direcção e, como tal, serão eles, basicamente, os responsáveis pelo futuro da modalidade. Anseio que tomem a decisão certa, seja ela qual for.
Estarei atento às campanhas de comunicação. Estarei atento à veracidade dos seus conteúdos. Desejo que os candidatos sejam autênticos e que não surjam outros tipos de interesses.
Uma mensagem especial para os delegados: não se esqueçam que o mais importante é o basquetebol, por isso ao tomarem a decisão de votar em José Curado ou Mário Saldanha pensem que basquetebol é que gostariam de ter em Portugal no resto das vossas vidas, que legado gostariam de deixar aos vossos filhos, netos...
Como dizem os americanos “FOR THE LOVE OF THE GAME”

António Pereira

Monday, May 10, 2010

Análise ao basquetebol em 2001

Análise ao basquetebol em 2001


Em 2001 o actual presidente da FPB ameaçou demitir-se.

Na altura já se começava a notar que nem tudo corria bem na nossa modalidade.

A realidaque eu conhecia levava-me a concluir o que na altura transcrevi num quadro que junto a este artigo ( o documento foi criado em Fevereiro de 2001).

Passados nove anos infelizmente a análise de então continua actualizada, para mal do basquetebol Português.

Devo referir que dei então a conhecer esta análise a quem de direito.

Em fins de Agosto de 2007, na altura que a selecção Nacional Sénior se preparava para disputar o Campeonato de Europa em Espanha, tomei mais uma iniciativa.

Reuni-me com todos os clubes da Galiza mais o presidente da respectiva Federação, em Vigo, para auscultar do interesse destes para a sua participação numa competição que poderia ser pontual ou quem sabe poder ser o começo de uma competição regular. Todas as equipas espanholas se demosntraram interessadas. Chegado a Portugal, dei a conhecer mais esta iniciativa à FPB. Contudo esta iniciativa infelizmente não teve consequências práticas. Uma hipotética prova de equipas do chamado Eixo Atlantico ficou no ar sem qualquer tipo de interesse demosntrado pela FPB.

A criação de uma competição com este tipo podería ter sido deveras imprtante para o nosso basquetebol a todos on níveis.

Recentemente a FPB tomou a iniciativa de organizar uma prova denominada Taça Compal, com a participação de duas equipas de Angolas e duas equipas Portuguesas. Sem tirar qualquer valor às equipas Angolanas, (até porque as conheço bem) antes pelo contrário, atingiram um patamar internacional que nós não conseguimos até ao momento nem se perspectiva que isso possa acontecer.

Por isso foi com espanto que fiquei a saber desta competição porque penso que tería sido muito mais interessante sobre todos os ponto de vista uma prova com as equipas da Galiza.

Desde os factores desportivos passando pelos finaceiros, pela possível sponsorização, pela proximidade geográfica, e não nos podemos que Espanha era já na altura uma nação em crescendo e que se viria a tornar o país Campeão do Mundo, tudo aponta para que não foi dado o devido valor a essa oportunidade.

Claro que o interesse comercial poderá ter levado a esta decisão mas será que se explorou alguma outra alternativa ?


BASQUETEBOL QUE PRESENTE, QUE FUTURO

Estado actual:

1 - HÁ FALTA DE MOTIVAÇÃO

2 - HÁ FALTA DE INTERESSE

3 - HÁ FALTA DE NOVOS VALORES PORTUGUESES

4 - HÁ FALTA DE PROMOÇÃO NA COMUNIÇÃO SOCIAL

5 - HÁ FALTA DE VISIBILIDADE

6 - HÁ FALTA DE NOVOS INVESTIDORES

O que se pretende:

1 - PROVAS QUE GARANTAM A SUBIDA NO GRAU DE DIFICULDADE

2 - GARANTIR COMPETIVIDADE

3 - MANTER A MOTIVAÇÃO

4 - MANTER A COMPETIÇÃO A CUSTOS FINANCEIROS VIÁVEIS

5 - ATRAIR NOVOS INVESTIDORES

6 - PROMOVER O BASQUETEBOL ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL REGIONAL E NACIONAL

Sunday, April 25, 2010

Eleição para delegados da FPB - Jogadores

Depois de ter analisado os resultados das eleições para delegados dos representantes dos jogadores à FPB, parece-me que a participação dos jogadores ficou longe da que se esperava.
Eles lá saberão o porquê, mas esperava-se outro tipo de afluência embora o dia escolhido não fosse o melhor por causa dos jogos mas no mínimo deveriam ter tido o numero de votos igual ao numero de proponentes.
Houve candidatos que obtiveram zero votos, e 1 voto, sendo de estranhar que jogadores de referência ao nível de clubes e da selecção tenham tido tão poucos votos, o que me leva a colocar a questão sobre a popularidade destes jogadores perante os seus pares, e não pensem que eu estou a questionar estes jogadores, o que eu quero é chamar a atenção para a falta de comunicação que existe na modalidade. Os jogadores são a face visível do jogo, se não são reconhecidos, então quem é que é reconhecido, é simplesmente mau.
Se calhar o actual estado do basquete é ainda pior do que eu pensava e esta eleição acabou por deixar uma má imagem sobre a participação cívica dos diversos agentes da modalidade.

Eleições para delegados da FPB - treinadores

Em relação á eleição para os representantes dos treinadores quero aqui deixar igualmente os meus parabéns. Em tempo útil mostrei a minha discordância ao Director Técnico Nacional pela inclusão de Directores técnicos regionais nas listas.
Não conheço que exista um código de conduta na FPB, se existisse ele contribuiria para uma transparência que se quer e se deseja num órgão que tem o estatuto de utilidade pública. Não está em causa a honestidade, integridade e competência destes directores, está somente em causa o conflito de interesses que existe. Será que podem votar contra o seu patrão ? o que é que acontecerá se tal acontecer ?Todos nós conhecemos o que se passa por esse mundo fora e Portugal está nesse mundo nestes caso.
Eu próprio enquanto representante de jogadores já afirmei que se pertencesse a um cargo federativo deixaria a minha actividade profissional. Também não tenho referenciado jogadores às equipas durante este período, nem uso o meu endereço de email profissional para tratar destes assuntos, isto tudo porque tenho um código de conduta. Não pretendo dar uma lição de moral às pessoas em causa, elas merecem-me o meu respeito, mas simplesmente dizer em voz alta que não concordo com o que se passou e se está a passar. Manifestei-o antes deste acto eleitoral a quem de direito e até estou á vontade, porque não propusemos nenhum candidato ao acto eleitoral agora realizado, pugnando por uma imparcialidade que se quer, embora haja quem tenha feito.

Tuesday, February 9, 2010

Taça Hugo dos Santos

Passado uma semana da competição, sinto saudade de ver uma boa competição, com bons basquetebolistas, bom basquetebol e gerida por uma organização exemplar.
Felizmente podemos ver imensos jogos na TV, mas prefiro fazê-lo ao vivo.
Onde é que estão os bons jogadores ?
Onde é que está o bom basquete ?
Onde é que está a competição ?
E por fim o que é feito das pessoas que sabem organizar estes pontos altos ?
Será preciso esperar mais tempo para se ver que a modalidade está a passar por um momento muito mau ?
E o que é preciso fazer para que se inverta esta situação ?
A refletir sem dúvida.

Monday, July 27, 2009

Pensar o nosso basquete

Será que não sería conveniente pensar o nosso basquete e adaptá-lo á realidade dos nossos dias ?
Muitos falam do modelo espanhol mas o melhor exemplo que eles nos dão é a sua capacidade em ler as situações e agir, nós falamos mas não agimos.
Mais uma vez fizeram alterações de raíz aos seus campeonatos depois das equipas demonstrarem fraligidade económica.
Por cá a qualidade do nosso jogo fala por si, a assistência aos jogos é diminuta e os resultados internacionais não nos perspectiva nada de bom. Será que os nossos jovens são piores que os outros ? ou será por outros motivos ? e se sim quais ?

Monday, May 12, 2008

Reflexão Basquete Inicio Sec. XXI - 2ª Parte

Tenho seguido com atenção as diversas posições e proposta que se vão manifestando sobre a futura prova ou provas no que diz respeito ao quadro competitivo no escalão sénior masculino.
Mais do que definir qual o modelo de competição era preciso definir qual a filosofia da nova competição, e quais os seus parâmetros, quer ao nível logístico, quer ao nível financeiro, quer nível de infra-estruturas e porventura mais alguns a definir.
Depois de se fazer qual o levantamento de quantas equipas é que estariam em condições de preencher esses requisitos é que se deveria discutir o possível quadro competitivo
Não querendo dar mais nenhuma dica sobe a definição dos critérios porque me parece que não deve ser difícil chegar a acordo, gostaria de chamar a atenção para diversos cenários competitivos:
1 – O 1º nível de competição é composto pelas equipas (8) que participaram no Campeonato organizado pela LCB na época de 2007/2008 mais as duas (2) que têm direito desportivo por terem atingido as finais da Proliga. Total de participantes 10.
2 – Se as equipas (8) da LCB têm direito desportivo de participar no novo campeonato então as 8 primeiras equipas da Proliga terão igual direito. Por uma questão de igualdade de critérios na atribuição de vagas.
3 – Como ao inicio da época de 2007/2008 não havia qualquer proposta de unificação dos dois campeonatos e partindo do principio da igualdade de oportunidades para todas as equipas todas terão acesso á nova competição.
4 – O número final de equipas que preencherem os requisitos fará com que se opte por um dos modelos referidos.
Tem-se falado dos jogos cruzados. Pessoalmente não me parece que tragam nada ao modelo competitivo. Nunca houve este modelo em parte alguma do mundo e duvido que alguma vez haja.
Se o campeonato é composto por equipas equilibradas no que diz respeito á qualidade dos seus planteis e da sua organização então que se faça uma só competição.
Senão é verdade que há um determinado equilíbrio então para quê os cruzados ?
Uma ida de Lisboa ao Porto ou arredores ou vice-versa pode custar mais de 1000 (mil euros). Qual é a vantagem de haver um jogo entre uma das 1ºs equipas do 1º nível de competição e uma as ultimas do 2º nível, para além do eventual prejuízo desportivo e financeiro. Será que isto interessa realmente a alguém ? Não haverá melhor formas de promover o basquete ? será que o publico da equipa da casa que seja cilindrada ficará contente ? e os jogadores ? qual será o impacto psicológico depois de apanhar uma tareia ? e tantos outros que ….
Em relação ao número de estrangeiros ele deve ser definido pelas reais necessidades das equipas. Já referi anteriormente que os jogadores sempre foram a favor de um campeonato profissional. A instabilidade que se sente em muitas equipas por certo fará com que vários venham a optar por sair. Não se sabe quantos mas ….. a ver vamos.
A desigualdade de número de estrangeiros permitidos para as equipas do 1º nível e as do 2º nível (se houver esse nível) não tem qualquer principio de igualdade de oportunidades competitivas quer aquando das jornadas cruzadas quer bem aquando dos jogos da Taça de Portugal e outras competições. A FPB sempre se manifestou contra essa desigualdade e agora não percebo como pode defender esta ideia. São publicas as diversas declarações nesse sentido aquando da realização da Taça de Portugal ao longo dos últimos anos.
Por fim gostaria de falar dos jovens. Será que o Director dos Centros de Treino bem como os seus treinadores não deveriam ser ouvidos para se saber quantos jovens temos com potencial para integrar as equipas seniores ? e em que escalões ? será que poderiam ser englobados nos trabalhos dessas equipas e até poderem vir a jogar sem perder o direito de jogar no seu escalão etário. Se jogarem e perderem a oportunidade de jogarem no seu escalão estaremos a penalizar a qualidade em vez de inentivarmos.
Coimbra, 11 de Maio de 2008
António Pereira

Saturday, April 26, 2008

Reflexão - Basquete Português, Inicio do Século XXI


Preambulo

Desde 1969 que estou envolvido na modalidade de basquetebol, isto é há quase 40 anos.
A minha vida pessoal e o basquete têm caminhada lado a lado ao longo destes anos.
Tive a sorte e a felicidade de nos anos de 1974 a 1979 ter pertencido a um grupo de pessoas que ganhou somente o Campeonato Nacional da 3ª Divisão seniores masculinos, Campeonato Nacional da 2ª Divisão seniores masculinos, Campeonato Nacional da 2ª Divisão seniores femininos, Campeonato Nacional da 1ª Divisão seniores femininos, Campeão Nacional de Juniores em 1978 e 1979, Vice-Campeão em 1977, Campeonato Nacional de Cadetes Masculinos em 1977, 1978 e 1979.
Os responsáveis e lideres deste grupo eram Jorge Araujo, Adriano Baganha, Apolino Teixeira, José Manuel Almeida e Jaime Rubenstein como treinadores e Rui Duarte e muitos outros como dirigentes.
Fui treinador e fui Campeão Nacional da 2º Divisão em 1991e levei uma equipa de juniores a uma Fase Final em 1984.
Desde 1992 que optei por representar jogadores treinadores e desde essa altura que o contacto diria quase diariamente ou pelo menos sistematicamente com um universo de pessoas que eu posso dizer não passa o número de 70 quer nas funções de dirigente quer na função de treinador.
Conheço as realidades dos clubes quer á sua honorabilidade, quer á sua organização, aos seus anseios aos seus problemas diários e a realidade que os treinadores enfrentam no seu dia a dia de trabalho.
Nos últimos anos tenho vindo a observar os escalões de formação e posso dizer que nos últimos anos tenho visto todas as fases regionais do norte do País nos diversos escalões etários.
Por fim conheço a realidade da Europa e dos USA de uma forma muito concreta devido aos imensos contactos e viagens que faço com regularidade.

Detentor desta informação sinto-me obrigado a dar uma opinião sobre o actual estado do nosso basquete e exprimir as minhas reflexões num pequeno documento que espero que possa ajudar a que o nosso basquete volte a ser UM MODELO DE REFERÊNCIA NO DESPORTO PORTUGUES.

Reflexão - Basquete Português, Inicio do Século XXI

Problemas do Basquete Português:
- Imagem e honorabilidade
- Capacidade financeira das equipas
- Falta de organização dos Clubes
- Numero de praticantes insuficientes (variadas equipas treinam com poucos jogadores, isto é 5, 6 , 7, etc)
- Necessidade de dar espaço aos jogadores jovens Portugueses
- Campeonato ! – possível forma de disputa

Começando pelo fim aconselha-se o seguinte:
O campeonato 2008/09 deve ser disputado por todas as equipas que este ano participam no campeonato organizado pela LCB e pela FPB (campeonato da Proliga) excluindo a equipa que desceu (15º) e incluindo a subida das equipas da CNB1 visto não haver qualquer critério objectivo de exclusão de qualquer uma das equipas.
Esta deve ser uma época de transição para um campeonato mais elitista a ser disputado por um numero de equipas a definir (possivelmente 12) e com condições a definir para que os clubes se preparem e saibam com antecedência o que os espera na época de 2009/10.
Todos os níveis de competição de seniores masculinos devem ser pensados e escalonados de forma a dividir as diversas equipas por diversos escalões hierárquicos e com custos de participação acessíveis.
Devido ao número elevado de equipas sugere-se a seguinte forma de campeonato:
Fase regular: as diversas equipas devem ser divididas por 4 series de 6 equipas tendo cada série um cabeça de serie, com critérios a definir (ex. campeão da LCB, campeão da Proliga, vencedor da Taça de Portugal, outros) sendo as restantes equipas distribuídas por critérios geográficos e de ranking basquetebolistico de forma a manter um equilíbrios entre as equipas de cada série e entre as diversas séries.
Cada equipa deverá jogar 4 vezes dentro da mesma série e 2 vezes com as equipas das outras séries. As equipas das ilhas serão distribuídas por cada série.
Numero máximo de jogos: 38. Actualmente as equipas da Proliga realizam 28 e seriam 30 caso houvesse 16 equipas). Não há um aumento significativo de jogos e as despesas poderão não aumentar devido ao carácter mais regional de uma grande parte dos jogos.
Com o avançar da época as equipas poderão fazer jornadas duplas como forma de preparação e de ganho de ritmo competitivo para os playoffs.
Fase final: tanto pode ser em sistema de playoffs apurando 8 equipas, cabendo às 2 primeiras equipas de cada série esse lugar ou em Final Four com apuramento do vencedor de cada série.
No fim do campeonato de 2008/09 estabelecerce-á um ranking que dividirá as equipas em duas séries compostas por 12 equipas com forma de disputa de campeonato a estudar.
Jogadores jovens: como foi já referido a falta de jogadores seniores pode e deve abrir as portas para que jogadores do escalão sub 18 possam integrar o plantel das diversas equipas seniores. É necessário aprovar a dupla subida de escalão etário para que os jovens não percam o direito de disputar os jogos no seu escalão e ao mesmo possam ser incluídas no escalão sénior e jogar caso tenham qualidade para isso.
Jogador afiliado: no campeonato de 2009/10 cada equipa do 1º nível poderá escolher uma equipa do 2º nível como sua afiliada. Esta equipa servirá para receber jogadores Portugueses durante a época com muito pouco tempo de jogo e que ao descer de nível poderão beneficiar desse aspecto. Há que limitar por quantas vezes cada jogador pode vir a baixo, durante quanto tempo e qual a data limite para que ninguém seja beneficiado ou prejudicado.
Os jogadores seniores na sua maior parte sempre defenderam o estatuto de jogador profissional. Sabemos que antes da criação da LCB bem como durante bem como igualmente na competição da FPB muitos não têm visto os compromissos que os clubes assumiram serem honrados. Assim é natural que venham a explorar a possibilidade de sair do nosso País tal como aconteceu no fim da época anterior. Não se sabe com precisão quantos é que terão essa possibilidade mas poderei dizer que só não vai quem as equipas Espanholas não quiserem.
Este facto a consumar-se leva-nos para a decisão sobre o numero de jogadores estrangeiros que cada equipa poderá ter ou precisará de ter de forma a não ter problemas na constituição e equilíbrio do plantel. Será que é sensato descer abaixo do numero de 4 ? Talvez não ! A inscrição de 4 jogadores estrangeiros no boletim de jogo daria a possibilidade das equipas terem planteis mais homogéneos, equilibrados e de o nível basquetebolistico não descer tão abruptamente. Se analisarmos os jogos da LCB conclui-se que muitas poucos são os momentos em que as equipas usam os 4 jogadores estrangeiros ao mesmo tempo, usando normalmente 3 ou mesmo 2 mas tendo nomeadamente no jogo interior (temos falta deste jogadores com o BI Português) jogadores no banco para poder rodar com os que estão em campo. Sugere-se que cada equipa possa utilizar em campo somente 3 jogadores estrangeiros seja ela qual for a sua nacionalidade embora possa inscrever 4.
Árbitros: sabe-se que o basquete é um jogo de rotinas e elas ganham-se no teino e na competição. Não é possível parar campeonatos depois dele iniciado. Assim chamo a atenção para uma paragem que existe na calendarização nacional durante o mês de Novembro e que serve para que os árbitros façam um “Clinic”. Pelo prejuízo desportivo e financeiro deste ponto alto da arbitragem sugere-se que os Srs. Árbitros o façam antes de o campeonato começar nem que se tenha de começar o campeonato uma semana mais tarde. Sugere-se igualmente que as mesas de jogo, isto é os oficiais de mesa sejam utilizados com critérios mais regionais não devendo um oficial de mesa deslocar-se mais do que x km de forma a se cortar nas despesas.
FAT: O FIBA Arbitral Tribunal é um mecanismo que a FIBA criou para impedir que quer Clubes quer jogadores ao não honrarem os seus compromissos possam dirimir os seus conflitos sem recorrer a um tribunal civil. Este pode ser um mecanismo que a FPB pode usar de forma a criar uma imagem de seriedade e de devolver o prestígio á modalidade. Deve a FPB aconselhar todos os jogadores a incluir a clausula que se encontra ao dispor de todos nos contratos celebrados entre Clubes e jogadores de forma a dissuadir a falta de respeito pelos compromissos assumidos ou criar um mecanismo semelhante.

Coimbra, 24 de Abril de 2008

António Pereira