Nos
últimos dias, tenho seguido com muito interesse as notícias acerca das palavras
que Donald Sterling proferiu numa conversa privada e que ao serem divulgadas
geraram uma onda de repulsa e indignação na sociedade americana e pelo mundo
fora.
Não
me debruço sobre o conteúdo da conversa divulgada mas sim acerca do poder das
marcas/patrocinadores/parceiros comerciais, bem como da própria NBA na defesa da imagem e de todo o aspecto
comercial da competição.
Com
três patrocinadores a suspendem de imediato o seu apoio (Mercedez-Benz, CarMax
e Virgin America) e outras sete que suspenderam o seu apoio de forma temporária
(Diageo, Kia, State Farm, Red Bull, Sprint, Corona, Aqua Hydrate, Burger King e
Commerce Horel & Casino) para além da Samsung que suspendeu momentaneamente
a sua relação com a equipa mas que recuou a tempo do último jogo, foram
levantadas diversas questões por pate dos diversos stakeholders à volta da imagem do basquetebol, da importância das
marcas e seus apoios financeiros e repercussão na imagem destas.
A
NBA ao tomar a decisão de banir para sempre bem como obrigar o proprietário dos
Los Angelos Clippers a vender a sua organização, teve em conta os interesses da
modalidade, da sua imagem, bem como o interesse das outras organizações
desportivas, colocando-se agora em causa sobre se tem legitimidade no que diz
respeito ao obrigar Donal Sterling a vender a equipa.
Este
é um sinal inequívoco sobre a importância da gestão de um produto, dos seus
patrocinadores e da imagem de quem organiza a competição e equipas que
participam na competição.
Assim,
duas lições se podem retirar desta situação criada por palavras ditas em foro
privado, e tornadas públicas: defesa dos interesses do basquetebol como máxima
e o poder dos marketers na defesa das
suas marcas e respectivo retorno do investimento.
Esta
é uma lição que não nos devemos esquecer mesmo numa competição como a
portuguesa: a defesa dos supremos INTERESSES
DA MODALIDADE, dos seus CLUBES e
dos seus PARCEIROS COMERCIAS.
1 comment:
Olá António, descobri hoje o seu blog. Os meus Parabéns. Sou um adepto (obcecado) da NBA. Vou fazer com que o meu comentário penda mais para o lado marketing da coisa.
Concordo consigo e foi assustadora a rapidez com que as marcas partiram em debandada aquando das declarações do Sterling.
Para além das duas lições que enalteceu, as quais também sublinho, acrescentaria uma terceira.
A forma como a NBA deu o peito às balas e como deu a volta aparando os estragos feitos pela ausência das marcas foi fenomenal. No Jogo 4 dos Playoffs, o treinador dos Clippers, Doc Rivers, tinha escrito no quadro o mote We are one para os jogadores. A NBA usurpou essa mensagem interna e passou a ser o novo slogan.
À entrada para o Jogo 5 havia placards WE ARE ONE, onde numa semana antes estavam os patrocinadores. Nas TV's passaram anúncios alusivos ao WE ARE ONE.
We Are One passou a trend no Twitter. "Oftentimes the most successful marketing and P.R. campaigns are organic, and they go viral because they're authentic. I think that's what happened in this case.", David Carter.
Uma boa lição para nossa liga.
Continuação,
Tiago Fonseca
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