Acompanhei
diversos pontos altos realizados um pouco por todo o país. Devido a obrigações
académicas e compromissos profissionais, não pude estar presente em dois (sub-18
masculinos e sub-20 masculinos) de que gostaria imenso. Assisti, portanto, ao
playoff final da Proliga, final da 1.ª Divisão (Chamusca), às fases-finais de sub-16
femininos (Ermesinde), sub-16 masculinos (S. João da Madeira) e sub-14 masculinos
(Fundão), bem como às Festas Juvenis do Basquetebol (Albufeira).
Fica
uma primeira questão: Chamusca, porquê? No pavilhão desta localidade par além
de mim, apenas estavam pessoas identificadas com o Vasco da Gama e Atlético,
para além de dirigentes da FPB e do poder local. Mais ninguém. Que benefícios
recolheu o basquetebol português em promover a modalidade numa vila de 3.300
habitantes, a cerca de 100 quilómetros de distância de Lisboa e cerca de 200km
do Porto ?
O
cenário noutros pavilhões – não em todos, como é óbvio, dependendo da sua
localização – foi praticamente o mesmo. Alguns recintos apresentaram bancadas
bem compostas (principalmente aqueles de lotação muito limitada), mas unicamente
de espectadores com ligações de afinidade a algum dos intervenientes. Só por
isso.
Onde
está, então, o público de basquetebol? A promoção destes eventos foi a melhor? foi
eficaz? A comunicação com os agentes desportivos das áreas próximas à da
realização das iniciativas foi válida?
Fica
a perceção de que o basquetebol é, na atualidade, uma modalidade unicamente de consumo
interno, emergindo a necessidade imperiosa de a tornar visível.
De
forma a termos a noção exata da realidade, uma das primeiras medidas a
implementar pelo futuro presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, e da
sua equipa de trabalho, é avaliar a implantação da modalidade em Portugal, dando
resposta a determinadas questões, entre as quais: quantos somos?; quantos nos veem?;
onde somos vistos?
É
indispensável efetuar uma contabilidade dos adeptos que se deslocam aos
pavilhões, nas iniciativas com bilheteira paga ou não, quer estas sejam organizadas
por clubes, associações ou federação. A partir de 1 de setembro de 2014, nenhum
jogo se deverá realizar sem que esta ferramenta esteja em funcionamento, de uma
forma rigorosa.
A
visibilidade terá de ser escrutinada. Que notícias surgem de basquetebol, em
que tipo de órgãos de Comunicação Social… A ponderação destes dados pode ser
extremamente relevante no contacto com eventuais parceiros. Idêntico rastreio
deverá ocorrer nas diferentes redes sociais.
Há
poucos dias a Seleção Nacional sénior feminina venceu um jogo para o apuramento
do Eurobasket, frente à congénere da Itália. Que eco este resultado teve na
Comunicação Social? Qual o impacto de um resultado histórico na comunidade desportiva?
Muito? Pouco? Porquê?
Outros
estudos terão de ser desenvolvidos como forma de dar suporte à estratégia de marketing e comunicação da FPB. Vou mais longe. A única possibilidade de sucesso do gabinete
de marketing e comunicação é que este setor deve ser gerido por alguém que
tenha conhecimentos do fenómeno desportivo e das modalidades desportivas em especial.
Para além disso, deverá estar em sintonia com o setor desportivo, participando
na definição das linhas estratégicas a assumir pela FPB. Medidas avulsas,
desligadas das várias áreas e sem visão de médio/longo prazo ficarão condenadas
ao insucesso.
2 comments:
Boa noite, também assisti à final do CN 1a divisão na chamusca e nao tenho qualquer ligacão aos clubes envolvidos, nem tão pouco sou dirigente da fpb.
Para quem quer ser presidente da fpb, é preciso olhar com outros olhos para o interior e para as associações pequenas.
Ainda assim, concordo com muito do que foi dito.
Cumprimentos
Sergio rosmaninho
Sérgio Rosmaninho, obrigado pelo comentário.Não se olha para as associações do interior e para as associações pequenas, olha-se para o basquetebol em geral e todos fazem parte desse mundo e não concebo que assim não seja. Por isso questiono, fazer um ponto alto que não tenha nada a juzante ou montante que justifique isso: Que beneficio traz ao basquetebol ? Temos de ter uma visão estratégica da modalidade e tomar decisões em função disso. Mas quero que fique claro que basquetebol só pode evoluir se todos tivermos envolvidos e ganhos para essa participação.
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