Em finais de fevereiro
fui contactado por algumas pessoas que pretendiam saber qual a minha opinião
sobre as futuras eleições na FPB, bem como averiguar o meu eventual
envolvimento.
Respondi que estava
unicamente focado em terminar a minha dissertação de mestrado em Marketing e
Comunicação, tomar uma decisão face à hipótese de avançar para um doutoramento
e, em termos profissionais, continuar a desenvolver a minha empresa fora de
Portugal.
Disse, ainda, que iria
dar a minha opinião por escrito e publicá-la no meu blogue. Na sequência de tal
decisão, escrevi um primeiro texto com o título “Acerca das eleições para a FPB
– 2014”.
Ao mesmo tempo, defendi
junto dessas pessoas que se deveria convidar elementos de diferentes áreas da
modalidade para, em grupo, participar num debate construtivo, criando
envolvimento num projeto que se pretendia global e participativo.
Posteriormente, devia
ser indigitado um candidato a presidente que refletisse a vontade do grupo, a
sua capacidade de liderança e de diálogo perante os demais e perante as gentes
do basquetebol.
Isso não foi possível
porque, de entre as pessoas que, na nossa óptica, poderiam constituir a injeção
de “sangue novo” na modalidade, houve quem, simplesmente, tenha demonstrado
indisponibilidade ou falta de interesse.
Optei, então, por
continuar a escrever, no sentido de contribuir com as minhas ideias para um
melhor basquetebol.
Fui candidato a
candidato porque algumas dezenas de pessoas se identificavam com o que escrevi
e me perguntaram se eu estaria disponível para avançar.
Não passei de candidato
a candidato porque nunca senti que as pessoas estivessem verdadeiramente unidas
à volta de um projeto que refletisse mudança, tendo em vista um basquetebol
melhor - fosse ele liderado por quem fosse.
Por fim, não escondo que muito dificilmente se
reuniriam condições, a nível federativo, que me fizessem abandonar a atividade
que atualmente (e há mais de 20 anos) exerço em Portugal e além fronteiras mas,
o apoio que recebi da parte de clubes, treinadores, jogadores e árbitros fica
registado e poderão contar comigo para futuras lutas.
Ainda assim, deste
percurso de cerca de oito meses, há aspetos a destacar.
Positivo:
- As milhares de
pessoas que leram os meus textos. Algumas fizeram críticas, outras deram
sugestões, e algumas até me incentivaram a candidatar.
- Sinto que dei um
contributo - o contributo que me era possível neste momento - através dos meus
textos para que se refletisse sobre o basquetebol.
- Conheci quem goste de
basquetebol e que não queira saber se na cadeira de presidente está fulano A, B
ou C. Querem um basquetebol melhor, querem que o basquetebol avance num sentido
concreto e que a modalidade seja algo de que todos nós nos possamos orgulhar.
Negativo:
- A falta de
envolvimento das pessoas da minha geração e das gerações anterior e posterior.
- O discurso que já
ouvi no passado “dou a minha opinião mas não quero envolver-me”. Parece
indicar que há receio de punição por se ter opinião. Já aconteceu isso há
quatro anos. Voltei a ouvir agora.
- Entre os dois
propalados candidatos à presidência da FPB, nenhum apresentou programa ou até
mesmo o nome dos elementos que compõem a lista publicamente fazendo-o somente
no último dia da entrega das listas. E não divulgaram publicamente qualquer
ideia sobre o basquetebol. Será isto positivo? É assim que se vai envolver as
pessoas ? Que mensagem é que queremos passar para o exterior? Não parece
positivo para o envolvimento dos diversos agentes do basquetebol num projeto
nacional. Cada candidato faz o que achar melhor para ele mesmo, mesmo que isso
não traduza o melhor para o basquetebol.
Em suma, esta foi uma
experiência enriquecedora do ponto de vista pessoal e não vai ser esquecida.
Antes pelo contrário. E no futuro, tudo será devidamente ponderado.
António Pereira
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