O jornal Expresso publicou um artigo
que destaca o valor do surf e o retorno que a marca representa para os
parceiros de negócio desta modalidade.
Já no primeiro texto que publiquei
no meu blog em março de 2014 (ver link no fim do texto), abordo e sublinho
a necessidade de criar a marca basquetebol e da obrigatoriedade desta se
distinguir das restantes modalidades.
E como atingir este objetivo? Há que
criar a marca ou fazer o rebranding daquilo
que existe, ter uma visão clara do que se pretende e, depois, envolver as
organizações e agentes desportivos, através de uma liderança congregadora,
dinâmica, moderna e visionária. É este o (único) caminho para o sucesso.
O que sobressai na atualidade do
basquetebol português é a ausência do que atrás referi.
Partindo da necessidade de
conquistar credibilidade, criar sustentabilidade e atingir o equilíbrio
financeiro, há que fomentar a formação de jogadores, organizar quadros
competitivos ajustados à realidade e coerentes, desenvolver uma estratégia de
basquetebol em paralelo com um plano de marketing e de comunicação. Assim se
gera valor para o basquetebol e para os parceiros de negócio.
Estas ideias levam-me a questionar:
o que tem sido feito para inverter o rumo do basquetebol português? Cativar
adeptos e interagir com eles nos jogos ao vivo? Como tirá-los o sofá? no fundo
como persuadir os fans a ir ver um
jogo de basquetebol ao vivo. Ainda não vi... Seduzir parceiros negócios? Não
tenho conhecimento de nada...
Deveriam ser estes os princípios
norteadores do trabalho de quem pretende fixar a marca basquetebol em primeiro
lugar e na tentativa de lutar pela atenção de audiência e patrocinadores.
O público dá as respostas, nunca
está errado e a sua opinião não pode ser menosprezada. É ele o melhor juiz do
que é organizado nos gabinetes e nos corredores das decisões e que no passado já
lotou as bancadas dos pavilhões, tornando-se nos melhores embaixadores da marca
basquetebol, numa altura em que as ferramentas de marketing e comunicação eram
quase inexistentes.
Sem uma visão do que se pretende, do
que somos, do caminho que precisamos percorrer, onde queremos chegar e qual a
estratégia a usar, com poucos espectadores e patrocinadores, sem recolher
informação (data), atrevo-me a dizer
que o basquetebol em Portugal vale... zero! Já o surf está nos 400 milhões de
euros. Quanta diferença!!!
Segue o texto da notícia publicada.
Surf
vale 400 milhões
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Depois do sol, da praia e do golfe, as
ondas podem ser a próxima grande fonte de receitas no turismo
Jornalista
O número é
indicativo e “até pode pecar por defeito”, garante Francisco Rodrigues,
presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS).
Esta
organização é a única que até agora fez um estudo do impacto económico do surf
em Portugal e os resultados baseiam-se na soma de três parcelas: a indústria do
surf (que inclui as várias dezenas de empresas que trabalham nesta área, as
escolas de surf, as lojas de venda de pranchas e outros adereços e, não menos
importante, os eventos que se vão multiplicando por toda a costa); o turismo
associado ao surf, que conta com milhares de estrangeiros que todos os anos se
deslocam a Portugal; e, em terceiro lugar, o contributo que é dado pelos mais
de 212 mil surfistas residentes em Portugal (dados de 2012), que ao longo de todo
o ano produzem receita sempre que praticam o seu desporto favorito.
VALOR PODE
‘DISPARAR’
Mas há um
quarto fator que ainda não foi contabilizado no estudo da ANS, o qual, segundo
Francisco Rodrigues, pode fazer ‘disparar’ o valor referência dos €400 milhões
anuais. “É que está a aumentar todos os anos o volume de negócios da indústria
têxtil nacional, que atualmente já se dedica quase em exclusivo à produção de
linhas completas para marcas de renome mundial, que vendem roupa associada ao
surf.” A maioria esmagadora desta produção segue para os mercados
internacionais.
O
presidente da ANS tem a noção de que o número que está a veicular “não tem base
científica”, mas diz ter a certeza absoluta de que “estamos a ser muito
conservadores nas estimativas que fizemos e basta ver a adesão crescente à
modalidade em cada ano que passa e à forma quase viral como Portugal é seguido
à escala global por todos os adeptos desta modalidade”.
Nos Estados
Unidos, onde as ondas gigantes da Nazaré já estão a ir buscar ‘mercado’, o
impacto económico do surf ronda os €6 mil milhões anuais, segundo Mark Noonan,
administrador com a área comercial da World Surf League, que esteve
recentemente em Portugal.
PENICHE GERA MAIS
DE €13 MILHÕES NUMA SEMANA
Embora numa
escala completamente diferente, na ordem de grandeza dos números, só a prova
Rip Curl Pro 2013, em Peniche — que conta para o campeonato do mundo de surf —
, rendeu €13,3 milhões em receitas, apenas numa semana. No ano seguinte subiu
para €13,6 milhões, número que este ano poderá ter aumentado, até porque houve
mais surfistas, mais público e mais promoção a nível mundial que nos anos
anteriores.
António
Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche, conta que está à espera dos
resultados do estudo de impacto económico da prova, que se realizou há duas
semanas. Entretanto, recorda alguns números do ano passado: só as transmissões
televisivas do Moche Rip Curl Pro Portugal atingiram uma audiência global de
299,5 milhões de pessoas, tendo a transmissão online registado mais de 19
milhões de visualizações. Durante os dias da prova passaram pelas praias de
Peniche 138 mil pessoas.
Um estudo
da World Surf League concluiu que as três provas de seniores realizadas em
Portugal Continental em 2014 (Moche Rip Curl Portugal Pro, Cascais Billabong
Pro, Cascais Women’s Pro), tiveram um retorno mediático total de €46 milhões,
dos quais €28 milhões relativos à prova de Peniche. É como se Portugal tivesse
investido aquele valor na promoção da sua imagem à escala global, nota
Francisco Spínola, presidente da Ocean Events, entidade organizadora da prova.
Quatro anos
depois de Garrett McNamara ter surfado uma onda de 27 metros, os recordes de
visitantes continuam a ser quebrados na Nazaré. Walter Chicharro, presidente da
autarquia, conta que nos últimos 10 meses o farol da Praia Grande foi visitado
por mais de 110 mil pessoas, e o histórico ascensor que liga a vila ao alto da
falésia este ano deverá transportar perto de 900 mil pessoas, contra 640 mil em
2014.
É lá em
cima que se avistam melhor as ondas gigantes que correm mundo sempre que um
surfista tenta bater um novo recorde. Dados do Turismo de Portugal mostram que
em novembro e dezembro do ano passado a Nazaré teve mais notícias
internacionais que Lisboa.
Os
investimentos na hotelaria da Nazaré multiplicam-se e somam já €30 milhões e as
receitas na restauração sobem à razão de 50% ao ano. Mas o melhor ainda está
para vir: um investimento de €1000 milhões, de capitais suíços e alemães, num
megaprojeto turístico cujas taxas municipais seriam suficientes para liquidar a
dívida da autarquia, uma das mais elevadas do país.
MAR DE
OPORTUNIDADES
299,5 milhões foi o número de pessoas alcançadas pelas transmissões
televisivas do Moche Rip Curl Pro Portugal, realizado em Peniche.
€46 milhões foi o valor mediático das três principais provas de surf
realizadas no ano passado em Portugal, segundo a World Surf League.
€1000 milhões pode ser o valor do próximo grande investimento turístico
em Portugal, na Nazaré.
Fontes:
Link do artigo do artigo do jornal
Expresso: http://expresso.sapo.pt/economia/2015-11-08-Surf-vale-400-milhoes
Link do artigo publicado em março de 2014:
(http://apbasketball.blogspot.pt/2014/03/acerca-das-eleicoes-para-fpb-2014.html)
Fotos: Imagens Google
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