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Friday, September 5, 2014

A evolução da FIBA e o futuro da FPB


À margem do Campeonato Mundial de Basquetebol, que decorre em Espanha, a FIBA e a FEB têm demonstrado intensa atividade, numa manifestação inequívoca de que estão vivas, apresentam dinamismo, percebem o que as rodeia e, igualmente significativo, que procuram melhorar as suas estruturas e imagens para serem mais sólidas no futuro, evitando ver o seu espaço ocupado por outra atividade. Estes sinais confirmam que o basquetebol tem futuro.

As 11 reuniões realizadas pelo Comité Central da FIBA no quadriénio 2010/2014 foram fundamentais para definir e monitorizar a estratégia para o basquetebol no planeta, num movimento que recebeu o acompanhamento das diferentes organizações FIBA continentais. Quem observa basquetebol à escala máxima e numa visão de 360 graus verifica que, efetivamente, existe evolução, não percetível a quem vive a modalidade exclusivamente na sua base e em Portugal.

A FIBA estabeleceu, entretanto, um protocolo de cooperação com uma empresa americana cujo objetivo é a de esclarecer e alinhar a sua própria estrutura de acordo com a estratégia pretendida, bem como implementar alterações às prioridades anteriormente definidas. E que são quatro:
1 – Alterações à estrutura da FIBA
2 – Construção da casa do basquetebol (pretensão cumprida na primavera de 2013)
3 – Desenvolvimento do 3x3
4 – Implementação de uma nova calendarização das competições internacionais de seleções para entrar em vigor a partir de 2017

Conclui-se, perante estes dados, que a FIBA está disponível para implodir conceitos já fossilizados nos seus regulamentos e outros com pouco mais de uma década e adotar iniciativas mais modernas, satisfazendo as necessidades dos desafios que se aproximam e adaptando-se à evolução da sociedade. Por exemplo, aquilo que era apenas um desporto, passou a ser também um modo de vida e um negócio. E a FIBA adaptou-se.

Mas neste percurso evolutivo que todos assistimos, surgem, também, algumas armadilhas, já muito expostas noutras modalidades, naquelas em que o vínculo ao negócio está mais próximo, casos do ciclismo e futebol. A procura por dinheiro fácil promoveu e sustentou negócios paralelos e esquemas fraudulentos associados ao doping e aos jogos de resultados viciados para as apostas. O basquetebol estará imune a estes tormentos? Pelos vistos, não.

Apesar de não ser um assunto incómodo, como o é para o ciclismo, a FIBA pretende ser proactiva sobre o doping, tendo definido o programa ‘Joga bem, mas joga limpo’, entretanto adotado para este Mundial. Para isso, desde janeiro que foram tomadas medidas para assistirmos a uma competição limpa e à chegada das diversas comitivas aos hotéis em Espanha foram recolhidas amostras sanguíneas e de urina dos basquetebolistas para permitir, também, a elaboração dos passaportes biológicos individuais, numa ação que conta com a estreita colaboração de vários organismos nacionais de anti-doping.

A FIBA sabe que a modalidade só sobrevive e é potencialmente atrativa para patrocinadores e investidores se for credível e transparente aos olhos da opinião pública e da Imprensa. Ao mesmo tempo que o basquetebol evolui, nunca se pode descurar a credibilização do desporto, das suas regras e dos seus principais agentes. É crucial esta ideia e passá-la para o exterior.

Do ponto de vista da comunicação e imagem, a FIBA deu mais um passo francamente evolutivo ao estabelecer um acordo com a rede social Twitter, válido para os Mundiais masculino (Espanha) e feminino (Turquia). A acompanhar esta inovação, surgem as aplicações para os sistemas Android e iOS, também para acompanhamento em tempo real dos jogos. A FIBA reconhece que, na atualidade, para além da Imprensa escrita e televisões, o seu produto tem de chegar ao consumidor por outras vias. Vivemos numa sociedade ‘mobile’ e global, na qual os ´smartphones’, ‘tablets’ e as redes sociais assumem um papel vital.

Transmitir uma mensagem positiva é essencial numa iniciativa desta amplitude e isso mesmo é reconhecido pelo presidente da FEB. Na cerimónia de receção aos voluntários, José Luis Saez sublinhou que o mais importante era a marca Espanha sair beneficiada deste Mundial, deixando um legado e transferência de conhecimento, mais do que uma possível final Espanha-EUA. Com isso, acrescentou responsabilidade ao papel dos voluntários. O secretário de estado do desporto espanhol, Miguel Cardenal, acrescentou que em Espanha as pessoas vibram com o desporto e que os voluntários tornam isso possível. Isto significa, também, que para atingir os êxitos é necessário que as pessoas e as instituições sejam geridas com paixão.

Em Portugal, é essa paixão e dedicação que os dirigentes da nova estrutura federativa devem ter, para despertar a paixão nas direcções associativas regionais, nos clubes, noutros agentes desportivos e nos diferentes amantes da modalidade. Para isso é fundamental alinhar a estratégia desportiva à política de comunicação, num exercício sustentado em estudos que indiquem quais os problemas existentes e perspetivem os caminhos a percorrer. Só a congregação das pessoas do basquetebol à volta de um projeto nacional será possível catapultar o basquete para o lugar que esteve e que pode vir a estar. Há que seguir as pisadas da FIBA…


António Pereira

Thursday, June 26, 2014

Até podia ...

Portugal até podia ter conseguido o milagre de que se falava mas o saber gerir as emoções nestes momentos é fundamental e isso não foi feito. 

Faltou conhecer melhor #CristianoRonaldo, viu-se nas suas últimas declarações que precisava de algo, e para além de conhecer as emoções de cada um é preciso controlá-las e isso não foi feito. Via-se ou ansiedade ou descrédito. Para isso muito contribui a falta de uma gestão de comunicação de crise logo após o jogo com a Alemanha e saber reagir a essa novidade/catástrofe, dando demasiado espaço à comunicação social e redes sociais sobre o mal dizer do mau dia da selecção. 

Enfim aprender é importante mas repetimos erros demasiadas vezes e nunca resolvemos a questão. 

Afinal somos tão bons como os outros é tudo uma questão de cabeça quer seja na #seleçãonacionaldefutebol quer seja em qualquer outra actividade.

Sunday, June 22, 2014

Análise a diversos pontos altos – As primeiras medidas de marketing a implementar

Acompanhei diversos pontos altos realizados um pouco por todo o país. Devido a obrigações académicas e compromissos profissionais, não pude estar presente em dois (sub-18 masculinos e sub-20 masculinos) de que gostaria imenso. Assisti, portanto, ao playoff final da Proliga, final da 1.ª Divisão (Chamusca), às fases-finais de sub-16 femininos (Ermesinde), sub-16 masculinos (S. João da Madeira) e sub-14 masculinos (Fundão), bem como às Festas Juvenis do Basquetebol (Albufeira).

Fica uma primeira questão: Chamusca, porquê? No pavilhão desta localidade par além de mim, apenas estavam pessoas identificadas com o Vasco da Gama e Atlético, para além de dirigentes da FPB e do poder local. Mais ninguém. Que benefícios recolheu o basquetebol português em promover a modalidade numa vila de 3.300 habitantes, a cerca de 100 quilómetros de distância de Lisboa e cerca de 200km do Porto ?

O cenário noutros pavilhões – não em todos, como é óbvio, dependendo da sua localização – foi praticamente o mesmo. Alguns recintos apresentaram bancadas bem compostas (principalmente aqueles de lotação muito limitada), mas unicamente de espectadores com ligações de afinidade a algum dos intervenientes. Só por isso.

Onde está, então, o público de basquetebol? A promoção destes eventos foi a melhor? foi eficaz? A comunicação com os agentes desportivos das áreas próximas à da realização das iniciativas foi válida?
Fica a perceção de que o basquetebol é, na atualidade, uma modalidade unicamente de consumo interno, emergindo a necessidade imperiosa de a tornar visível.

De forma a termos a noção exata da realidade, uma das primeiras medidas a implementar pelo futuro presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, e da sua equipa de trabalho, é avaliar a implantação da modalidade em Portugal, dando resposta a determinadas questões, entre as quais: quantos somos?; quantos nos veem?; onde somos vistos?

É indispensável efetuar uma contabilidade dos adeptos que se deslocam aos pavilhões, nas iniciativas com bilheteira paga ou não, quer estas sejam organizadas por clubes, associações ou federação. A partir de 1 de setembro de 2014, nenhum jogo se deverá realizar sem que esta ferramenta esteja em funcionamento, de uma forma rigorosa.

A visibilidade terá de ser escrutinada. Que notícias surgem de basquetebol, em que tipo de órgãos de Comunicação Social… A ponderação destes dados pode ser extremamente relevante no contacto com eventuais parceiros. Idêntico rastreio deverá ocorrer nas diferentes redes sociais.

Há poucos dias a Seleção Nacional sénior feminina venceu um jogo para o apuramento do Eurobasket, frente à congénere da Itália. Que eco este resultado teve na Comunicação Social? Qual o impacto de um resultado histórico na comunidade desportiva? Muito? Pouco? Porquê?


Outros estudos terão de ser desenvolvidos como forma de dar suporte à estratégia de marketing e comunicação da FPB. Vou mais longe. A única possibilidade de sucesso do gabinete de marketing e comunicação é que este setor deve ser gerido por alguém que tenha conhecimentos do fenómeno desportivo e das modalidades desportivas em especial. Para além disso, deverá estar em sintonia com o setor desportivo, participando na definição das linhas estratégicas a assumir pela FPB. Medidas avulsas, desligadas das várias áreas e sem visão de médio/longo prazo ficarão condenadas ao insucesso.

Thursday, June 12, 2014

Eleições de delegados, mais importante do que parece ser

Aproximam-se as eleições para delegados. As críticas sucedem-se pela diferente falta de envolvência dos diferentes agentes desportivos, mas também pelas tentativas de pressão para o afastamento de outros candidatos.

Por motivos óbvios, gostaria que não se verificassem qualquer das situações. Ambiciono alargar o leque de discussão através da participação de todos os agentes a nível nacional por forma a termos um projecto verdadeiramente nacional. Para isso é importante que todos possam dar contributos, se identifiquem com as decisões e saibam qual é o papel que desempenham nesse projecto por forma a alcançarmos os objectivos e todos termos motivos para nos sentirmos integrados e desejáveis para a resolução dos problemas. 

Repito: sou candidato … a candidato. Por enquanto. E da avaliação que fizer de todos os processos eleitorais manifestarei a minha posição mais adiante.

Tal como no passado, defendi e defendo que no dia das eleições Assembleias Gerais e competições não devem ocorrer (pelo menos dos que estão envolvidos directamente na competição nesse dia). Assembleias Gerais, eleições e jogos não são compatíveis. Claramente. Reduz o universo eleitoral e o ideal de participação em processos tão importantes, principalmente no momento delicado que a modalidade e o país atravessam, e como tal é importante resolver o problema que vamos ter dentro de dias. Há que melhorar a imagem do basquetebol nacional.

Também não propus delegados à AG. O ideal de envolvência deve partir de cada um e não dos interesses individuais ou colectivos, pessoais ou financeiros, que gravitam à volta da modalidade. Não aceito, portanto que existam pressões para o afastamento de candidatos. Da participação crítica constrói-se e consolida-se o futuro.

A AG é um local de debate onde se pode e deve construir o futuro do basquetebol assente em propostas da Direção da FPB, das associações regionais e das classes dos treinadores, jogadores e juízes. Este pode ser o símbolo de pujança da modalidade, no sentido do encontro de soluções colectivas, a permitir que os diferentes agentes se identifiquem com um projecto nacional de basquetebol.

A modalidade não é apenas de alguns. É de todos, do norte ao sul do país, passando pelo arquipélago da Madeira e dos Açores. Todos não seremos demais para retirar o basquetebol da situação onde se encontra.

Ainda sobre as eleições dos delegados sugeri ao presidente da Assembleia Geral que no site oficial da FPB se pudesse criar um espaço para os diversos candidatos revelarem as suas ideias, opiniões e intenções, de forma a facilitar as escolhas de quem vota. Esta sugestão foi igualmente transmitida ao possível candidato Manuel Fernandes. Até hoje desconheço mais desenvolvimentos desta proposta.Congratulo-me com a participação de alguns treinadores através de textos publicados no site da ANTB. 

O basquetebol merece mais e melhor, assim os futuros delegados estejam recetivos a ouvir e a tomar decisões corajosas.

António Pereira

Thursday, May 8, 2014

JUIZES e OFICIAIS de MESA – sobre a eleição de delegados

Aquando da elaboração do meu último texto com o título “TREINADORES - porque devem eleger os seus delegados”, ponderei escrever um texto sobre o mesmo tema e dirigido aos árbitros.

Colocada a questão a mim mesmo, achei que não o devia fazer porque se há agente desportivo no basquetebol que tem sabido ser interventivo, traduzido em três listas para delegados aquando do último sufrágio, foram os juízes e oficiais de mesa. Depois porque a arbitragem tem pautado por uma qualidade que é traduzido no numero de árbitros que intervêm nas provas europeias e que tem actuado em momentos altos dessas competições. Por fim, porque me parece que deve haver alguma independência num sector tão sensível como este e que é necessária transparência e competência na sua direcção e forma de actuar.

Por estes motivos, achei que não devia apelar a algo que sei que está a ser feito e só posso desejar que os outros agentes do basquetebol tenham uma intervenção tão efectiva como a dos juízes e oficiais de mesa bem como espero que todos os agentes envolvidos no basquetebol, merecedora do reconhecimento internacional.

Para os que quiserem consultar o texto enviado a uma lista de treinadores, o link é: http://apbasketball.blogspot.pt/2014/05/treinadores-porque-devem-eleger-os-seus.html

Despeço-me com o desejo de uma participação activa para um basquetebol renovado.
                                                                                                                   
António Pereira


Tuesday, May 6, 2014

TREINADORES – PORQUE DEVEM ELEGER OS SEUS DELEGADOS

Este é o teor de um email que fiz seguir para uma lista de email de treinadores.
Peço desculpa de não enviar a mais treinadores, mas só posso enviar aos quais tenho endereço de email. 
Agradeço que façam reencaminhamento deste conteúdo se acharem por bem. 

Conteúdo do email:

Os treinadores de basquetebol têm uma função fundamental no desenvolvimento da prática do basquetebol, o que lhes traz acarreta responsabilidades acrescidas no que diz respeito á sua envolvência com as organizações desportivas e forma de perspectivar o futuro do basquetebol.

Muitos de vocês, frutos de diversos anos de estudo e trabalho, tem colaborado incansavelmente para que os jovens pratiquem basquetebol e que se desenvolvam como atletas e homens. Ao nível sénior, os desafios são outros mas tenho a certeza de que todos querem praticar bom basquetebol e ganhar.

Consciente do contexto económico e social que o país atravessa, considero que, apesar disso há necessidade de dar um novo rumo à gestão da FPB. O desafio é o de dar um novo impulso, uma nova visão ao basquetebol.

Uma nova forma de abordar a gestão do basquetebol tem como intenção o envolver todos os responsáveis da modalidade à volta desse projecto. Todos temos de saber ao que vimos, que trilhos vamos percorrer e onde queremos chegar.

Ao se aproximar o acto eleitoral dos delegados, e tendo em consideração sobre o quanto é importante esta eleição, venho desafiar os treinadores a serem uma vez mais activos naquilo que consideram o que é melhor para o basquetebol.

Como escrevi anteriormente, não me parece correcto patrocinar qualquer delegado, mas parece-me correcto incentivar os treinadores a terem uma voz activa na assembleia delegada por forma a poderem escolher qual o melhor modelo de gestão da FPB e do basquetebol português no futuro.

A eleição dos órgãos directivos da FPB começa a desenhar-se com esta eleição de delegados e por isso a importância da eleição dos delegados.

Ciente que os treinadores sabem qual a responsabilidade deste acto, e do quanto é vital a sua participação, e ajudando-os aos mais desatentos a tirar qualquer tipo de dúvida, junto em anexo o regulamento eleitoral, convocatória para a eleição dos delegados, impresso para candidato a delegado bem como o impresso de subscrição de delegado.

Espero sinceramente, que os treinadores correspondam a este apelo e estejam disponíveis para colaborarem nas decisões que podem condicionar o futuro do basquetebol em Portugal.

António Pereira



Thursday, May 1, 2014

Um momento conturbado na NBA

Nos últimos dias, tenho seguido com muito interesse as notícias acerca das palavras que Donald Sterling proferiu numa conversa privada e que ao serem divulgadas geraram uma onda de repulsa e indignação na sociedade americana e pelo mundo fora.

Não me debruço sobre o conteúdo da conversa divulgada mas sim acerca do poder das marcas/patrocinadores/parceiros comerciais, bem como da própria NBA na defesa da imagem e de todo o aspecto comercial da competição. 

Com três patrocinadores a suspendem de imediato o seu apoio (Mercedez-Benz, CarMax e Virgin America) e outras sete que suspenderam o seu apoio de forma temporária (Diageo, Kia, State Farm, Red Bull, Sprint, Corona, Aqua Hydrate, Burger King e Commerce Horel & Casino) para além da Samsung que suspendeu momentaneamente a sua relação com a equipa mas que recuou a tempo do último jogo, foram levantadas diversas questões por pate dos diversos stakeholders à volta da imagem do basquetebol, da importância das marcas e seus apoios financeiros e repercussão na imagem destas.

A NBA ao tomar a decisão de banir para sempre bem como obrigar o proprietário dos Los Angelos Clippers a vender a sua organização, teve em conta os interesses da modalidade, da sua imagem, bem como o interesse das outras organizações desportivas, colocando-se agora em causa sobre se tem legitimidade no que diz respeito ao obrigar Donal Sterling a vender a equipa.

Este é um sinal inequívoco sobre a importância da gestão de um produto, dos seus patrocinadores e da imagem de quem organiza a competição e equipas que participam na competição.

Assim, duas lições se podem retirar desta situação criada por palavras ditas em foro privado, e tornadas públicas: defesa dos interesses do basquetebol como máxima e o poder dos marketers na defesa das suas marcas e respectivo retorno do investimento.


Esta é uma lição que não nos devemos esquecer mesmo numa competição como a portuguesa: a defesa dos supremos INTERESSES DA MODALIDADE, dos seus CLUBES e dos seus PARCEIROS COMERCIAS. 

Sunday, April 20, 2014

A ALVORADA DO BASQUETEBOL PORTUGUÊS - da importância da eleição dos delegados…

Foi já agendada a data das eleições de 37 dos 61 delegados à Assembleia Geral (AG) da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), ponto de partida para a escolha da futura Direção da FPB.

Como tal, este momento deve ser entendido como a alvorada do basquetebol português, que pretendemos se prolongue num quadro promissor e de excelência, qualitativa e quantitativamente.

Num movimento de cidadania ativa, sem constrangimentos geográficos, nem restrições aos anos de ligação à modalidade, os pretendentes a delegados devem apresentar as suas candidaturas até 16 de maio, tendo de cumprir, unicamente, com as especificidades do Regulamento Eleitoral.

Como potencial candidato à presidência da Direção da FPB, e no âmbito de uma eventual candidatura que somente apelará à união das pessoas, que emergirá pela qualidade do seu projeto e se distinguirá pelos valores dos seus compromissos, não me envolverei nessa discussão pré-eleitoral, nem promoverei quaisquer candidatos a delegados.

Defendo, sim, que os delegados devem participar nas AG’s da FPB assumindo um escudo de independência e adotando um espírito isento na defesa intransigente dos superiores interesses da modalidade, contribuindo assim para um debate vivo e de construção de um basquetebol melhor.

Sei que a gestão da FPB deverá assentar em pressupostos de qualidade, rigor, ambição e sustentabilidade e, portanto, o que está em causa, a partir do momento em que foi aberto este momento eleitoral, é a apresentação de delegados preparados para avaliar projetos e visões da modalidade e com capacidade de, eles próprios, sugerirem ideias e propostas que signifiquem evolução.

As questões que se colocam, neste momento, aos agentes desportivos do basquetebol – ou seja, a qualquer um de nós!, independentemente de nos mostrarmos muito ou pouco ativos nas diferentes áreas de intervenção e de evidenciarmos ou não vontade de nos perfilarmos como candidatos a delegados  –, são as seguintes:
- Que basquetebol português pretendo?
- Estou ou não disposto a participar num movimento aberto, livre e singular que pretende projetar o basquetebol português no futuro?
  
Opções terão de ser feitas. Algumas delas até em prejuízo individual, mas que promoverão um sentimento de plenitude pessoal e sustentarão a convicção de dever cívico cumprido assim que se vislumbrarem resultados. É este o aliciante do desafio!

Sejam quais forem as suas orientações desportivas e estratégicas, faço, pois, o apelo à envolvência a todos os agentes desportivos (dirigentes, treinadores, atletas e juízes) nos processos de escolha dos delegados – intervirei, apenas, para que sejam transparentes –, pois o importante é que se iniciem discussões profícuas e altivas, nos locais próprios, do que é melhor para o basquetebol português.

É preciso não esquecer que havia o antes e haverá o depois… e que a marca do depois depende apenas de nós.


António Pereira

Saturday, March 8, 2014

Acerca das eleições para a FPB - 2014

De há alguns anos a esta parte, as pessoas ligadas ao basquetebol, bem como alguns dos seus simpatizantes e público em geral, têm questionado a gestão da modalidade e isto devido a diversos fatores.

O basquetebol foi uma modalidade tida como referência até a uma certa data, onde se destaca a gestão da FPB, a formação de treinadores, a criação dos centros de alto rendimento, a criação de uma liga profissional, o espetáculo que proporcionava ao público, sua mediatização e visibilidade nos órgãos de comunicação social, etc.
De repente, e devido a tomadas de decisão erradas e, muitas vezes, eu diria até bastantes, por falta de tomadas de decisão, a modalidade passou a ser vista de uma outra forma pelo público consumidor e eventuais patrocinadores. Alguns destes erros foram feitos pelas pessoas do basquetebol, mas também houve pessoas que se sentiram atraídas pelo basquetebol e que sem terem qualquer conhecimento de dirigismo deram a chamada 'machadas' no então já mau momento da nossa modalidade. Assim desde há pouco mais de uma década que os problemas no basquetebol se vêm acumulando e sem que se consiga inverter esta situação.
Com o aproximar das eleições para a FPB, algumas pessoas têm continuado a expressar o seu desagrado pela situação e têm mesmo apontado algumas soluções. É claro que apontar o que está mal é algo que tem sido feito mais amiúde que o contrário, mas parece consensual que é necessário fazer algo.
Há quatro anos o prof. José Curado tentou inverter esta situação, contudo a sua candidatura na hora do voto não obteve a maioria dos votos dos delegados e perdeu-se uma oportunidade, mas mais que a oportunidade perdeu-se acima de tudo anos de possível trabalho na correção do que está mal.
Já há muito tempo que se sabia que diversas pessoas tinham sido contactadas por um jornal desportivo no sentido de darem a sua opinião sobre o atual estado do basquetebol. Esse artigo saiu finalmente e fazendo um apanhado de algumas ideias bases pode-se dizer que na opinião dessas pessoas o basquetebol caiu no fundo e a partir de agora só se pode melhorar, para isso muito terá contribuído a FPB, que com o fim da Liga Profissional pensou que os problemas do basquetebol poderiam ter acabado, mas contudo as promessas então feitas não foram cumpridas, nomeadamente ao nível da credibilidade da competição, da promoção dos jogadores portugueses, da capacidade de captação de patrocínios e público. Contesta-se igualmente a liderança da FPB, os seus quadros, e a qualidade da formação de jogadores. Muito importante para mim é a referência à falta de um planeamento estratégico da modalidade e a capacidade de tomar iniciativas que mudem este estado de coisas.

Desta forma o que é e pode e deve ser feito para que esta situação seja invertida ?

Na minha opinião é preciso que haja uma pessoa que emerja como líder e que seja capaz de congregar à sua volta um movimento de pessoas que contribuam para a restruturação do basquetebol português. Sem o aparecimento desta pessoa poderá haver uma solução alternativa que é ser constituído um grupo interdisciplinar composto por pessoas muito competentes nas suas áreas e que estejam disponíveis para abraçar esta causa.

Parece-me que algumas destas decisões terão de ter em conta que a modalidade não pode continuar a ser gerida como no século passado, é imperioso que o basquetebol seja gerido como uma marca, que tenha a capacidade de inovar, de se diferenciar das restantes modalidades, que tenha uma boa estratégia de comunicação e para isso é necessário que haja gestores competentes, profissionais, que tenham competências multidisciplinares e que sejam capazes de colocar em prática as suas ideias e projetos.
No fundo, espera-se uma atitude vencedora deste grupo de pessoas que deverão atuar como uma verdadeira equipa campeã de basquetebol.


                        António Pereira

Saturday, November 30, 2013

AAC - O interrompimento de um percurso


Queria começar este texto por me apresentar. O meu nome é António Pereira, comecei a jogar basquete em 1969, tendo tido como primeiros treinadores os-jogadores Reis Pires e o Carlos Hilário. Fiz um trajecto de praticante na AAC até Junho/Julho de 1974 passando a representar nessa altura o Clube Académico de Coimbra onde me sagrei campeão Nacional em 1978 e 1979 e vice-campeão em 1977. Deixei de jogar em 1981, altura em que ingressei na Escola de Fuzileiros Navais. Depois de regressar do meu período militar passei a exercer as funções de treinador o que já fazia aliás, estimulado pelo ambiente que havia nessa altura e que envolvia as pessoas na secção na sua vida. Em 1991 fui o treinador principal da equipa sénior da AAC que se sagrou campeão Nacional da II Divisão (segundo nível de competição em Portugal na altura).
Embora a minha actividade profissional seja regulada pelo decreto lei nº 28/1998 e que me impede de exercer qualquer actividade no basquetebol para além da que exerço, não posso e nem devo deixar de ter uma opinião sobre o que se passou e se está a passar na AAC-secção de basquetebol, porque, foi onde eu recebi ensinamentos que contribuíram para eu me formar como homem, e sempre esperei que a secção continuasse a dar esse contributo aos jovens que por lá passassem, e também porque este ciclo começou com o Dr. Cassiano Afonso e pelo apelo que me fez á cerca de dez anos atrás de que era o de tornar a secção de basquetebol uma secção com a dimensão que a sua história exigia.
Ao longo destes quase dez anos nem sempre me mantive por perto. Alguns anos nem sequer entrei no pavilhão. Lembro-me que o meu filho que este ano voltou a jogar, a convite de alguém, me perguntou no inicio da época se este era um dos anos que vais ao pavilhão ou dos anos que não vais ao pavilhão ?
Feita esta introdução passava aos temas que gostaria de abordar, visto que já se escreveu muita coisa, deram-se muitas opiniões e eu quero aqui deixar a minha.m
Um pouco de história: a secção de basquetebol da AAC é uma das mais prestigiadas da Académica. Para isso muito terá contribuído os seus títulos de campeão nacional quer no sector masculino quer no sector feminino mas também pelo nível de organização que teve. Tenho que os dirigentes e treinadores da AAC, sempre foram bastante competentes e exigentes com a qualidade que pretendiam que a AAC tivesse nos mais diversos níveis. Por isso desde os anos 70 que a secção foi obrigada a recorrer a pavilhões externos ao Estádio Universitário porque essas instalações já não eram suficientes na altura, para o melhoramento das suas equipas. Mais tarde passou-se a usar o OAF, fruto do protocolo que havia. Aquando da eleição do presidente José Eduardo Simões, o basquete acabou por ter de sair destas instalações porque foi empurrado de lá para fora ao não lhe serem atribuídas nem horas suficientes de treino, nem em horas decentes. Graças á CMC o basquete passou a utilizar o novo pavilhão embora haja sistematicamente constrangimentos de uso devido á organização de eventos nesse espaço, o que leva a que a equipa não treine amiúdes como é exigido. Em 1991 utilizou-se o Estádio Universitário (quando eu era treinador) mas os obstáculos eram enormes, tais como não se podia treinar porque os funcionários estavam de férias, ou amanhã não se pode treinar porque é feriado, etc. Nenhuma equipa de competição pode estar condicionada por situações destas.
Devido a situações como estas o orçamento da secção de basquetebol da AAC aumentou consideravelmente. Claro que as outras secções desportivas e departamentos autónomas da AAC não tem culpa da ambição dos dirigentes da AAC, nem tem culpa de que eles queiram fazer algo em que acreditam como mais válido, mas esta foi uma realidade que não deixa de ser verdadeira.
Dividas: Para além do que se sabe publicamente sei pouco mais. Mas até por forma a não se colocar no mesmo barco todos os dirigentes, era conveniente que a DG (Direcção Geral da AAC), CD (Conselho Desportivo da AAC) e CF (Conselho Fiscal da AAC) e por ventura ex-presidentes, esclarecessem as contas com pormenor nomeadamente quanto ao valor da divida apurada e discriminá-la ano por ano por forma a sabermos quem foram os responsáveis por ela. Ainda ontem o ex-presidente Carlos Gonçalves fazia declarações num órgão de comunicação social em que afirmava que o passivo era quase o mesmo que tinha encontrado. Depreendo portanto que na época de 2012/2013 as contas não derraparam significativamente. Aquando da saída do ex-presidente Mário Castro (geriu a época de 2011/2012) afirmou no seu profile do facebook que deixava a secção sem dívidas e não foi contestado, embora se soubesse na altura que isso não era verdade. Assim a divida é de que ano ou anos ? quem foram os responsáveis ? como é que cada um contribuiu para esse valor ? só dessa forma é que poderemos saber como é que que cada direcção contribuiu para o valor tornado agora público e que se cifra entre duzentos e cinquenta a trezentos mil euros.
É obrigação da DG o CD e CF, esclarecer esta situação para que se faça justiça aos bons e imputar responsabilidades aos maus dirigentes. É um dever na minha opinião. Ainda sobre este assunto devem os estatutos da DG, serem alterados para que as contas sejam entregues a zero no fim do mandato e recebidas a zero pela nova direcção de cada seção ou departamento autónomo, contribuindo assim para uma melhor imagem da AAC e para uma sustentabilidade da Associação Académica de Coimbra.
Gestão Desportiva-época de 2013/2014: A opção estratégia de um departamento de basquetebol deve estar em consonância com uma filosofia de gestão mas também com os apoios financeiros existentes. Quando existe uma divida de muitos milhares de euros e não há apoios financeiros é claro para mim que a opção estratégia de continuidade de uma equipa só podia dar em problemas e não era realista e isto foi o que feito na secção de basquetebol da AAC pelos dirigentes actuais João Bigotte e José Luis Gonçalves. Foi negociado um orçamento e prometeu-se a vinda de x jogadores seniores e de x jogadores estrangeiros.  
A pergunta é como isto é possível se não há dinheiro ? Não seria mais correcto dizer aos treinadores (Jacinto Silva e Paulo Santos) e aos jogadores seniores que restaram da época passada e que são pessoas de referência na AAC (Fernando Sousa, Bruno Costa e Pedro Rebelo) que não havia dinheiro e portanto não era possível dar continuidade á ideia que o actual presidente escolheu.
E é precisamente por aqui que as coisas se complicaram. Quer treinadores quer jogadores nunca estiveram motivados para um outro tipo de projecto e nunca lhes foi dito que era assim ou teriam de romper a relação porque não havia condições. Foi sempre dada a ideia de que se ia resolver a situação e isso nunca aconteceu.
Era da responsabilidade dos dirigentes da secção de basquetebol da AAC, João Bigotte e José Luis Gonçalves, redefinirem a sua estratégia, e dá-la a conhecer aos interveniente, deixando que estes tomassem a decisão quanto ao seu envolvimento. Isto permitiria que todos os que dissessem sim estivessem no barco de livre e espontânea vontade, e embebidos de um espírito de ajuda e solidariedade entre eles ou que saíssem. Ora isto não aconteceu e a culpa é única e exclusivamente dos dirigentes da secção de basquetebol.
Aliás sabendo das dificuldades financeiras da secção eu próprio, juntamente com o ex-jogador Zé-To Gaspar, ex-dirigente João Medeiros e ex-dirigente João Pedro Chicória tomamos a iniciativa de angariar algum dinheiro para a secção de basquetebol, através de um envio de email para pessoas com passado ligado á AAC, e que foi então mal recebida pelo actual presidente da secção. Pensamos nós na altura que todo o dinheiro era bem-vindo mas não. Fomos enxovalhados publicamente e colocada a nossa dignidade e honradez em causa. Para quem tinha arranjado zero e arranjou zero, devia ter sido mais bem-educado e mais bem agradecido. Continuo e continuamos á espera de um pedido de desculpa público com o mesmo relevo com que foi dado na altura aquando dessa iniciativa. Foi ainda contactada a Escola Superior de Educação para que pudesse ser colmatar a falta de recursos humanos da secção, no sentido de saber se estava disponível para estabelecer um protocolo com a secção de basquetebol da AAC, no sentido de ter ao seu dispor alunos de diversos cursos para operacionar um gabinete de comunicação e marketing. A resposta foi positiva mas nunca foi colocada em prática pelos actuais dirigentes.
Quanto á formação o panorama é ainda pior. Duas faltas de comparência, uma no sector masculino por falta de transporte, e uma no sector feminino por falta de jogadores em número suficiente para inscreverem no boletim de jogo. Pelo meio fica o episódio da marcação de dois jogos com uma hora de intervalo, o que não é suficiente como se sabe, e sem boletim de jogo o que não é possível face aos regulamento do material necessário para a realização de um jogo. Quanto aos minis, a situação é caótica. Gerida por uma instituição (Caspae) que os pais nunca aceitaram, nunca foi bem gerida de forma satisfatória, e custa dinheiro á secção. Assim, devido á desorganização da secção (porque a empresa representa a secção neste caso) saíram dezenas de atletas que se encontram a treinar no pavilhão do OAF em representação de outro clube (ainda bem que não deixaram a prática da modalidade) e com as tabelas da AAC (ironia do destino).
Oportunidades: Quando elementos do governo disseram que a crise era no fundo uma oportunidade, ou que os jovens deviam imigrar e que isso era uma janela de oportunidades o que é que aconteceu ? todos disseram para serem eles a imigrar. Agora porque razão o acabar com uma equipa é uma oportunidade ? Oportunidade de quê ? oportunidade para quem ? É claro que o que se passou na secção de basquetebol não é condizente com uma prática de gestão desportiva responsável mas acabar com uma equipa não é igualmente uma atitude responsável na minha opinião, pelo menos nas circunstâncias que esta ocorreu porque só ocorreu por falta de coragem e de diálogo na colocação em prática de uma estratégia de gestão realista e em consonância com os valores da AAC.
Responsabilidades: No dia de acção de graças, que os americanos celebram como a reunião da família, foi a família do basquetebol confrontada com mais uma decisão que andava no ar.
Que ninguém deite as culpas á DG e ao CD que no fundo cumpriram com aquilo que disse que podia acontecer. Que ninguém deite igualmente as culpas á FPB que peca apenas por falta de adequação dos seus regulamentos quanto ao montante financeiro que uma equipa precisa de ter (cerca de cinquenta mil euros) para disputar uma competição tida como amadora-Liga Portuguesa de Basquetebol. As responsabilidades são de quem dirige e que não soube assumir esse papel.
 Acerca disto tudo o que mais me entristece mesmo é, que o basquetebol por todo o mundo continua em expansão, a sua visibilidade é enorme, a adesão ao jogo é extraordinária, e só em Portugal é que continuamos a não fazer nada em família para ultrapassarmos as dificuldades que nos são colocadas e prestigiar a nossa modalidade. Os problemas da modalidade passam pela resolução dos problemas nos clubes, depois ao nível dos clubes da mesma associação, sendo que a FPB deve e deverá ser a locomotiva que puxa este comboio esperando-se dela que seja máquina de um comboio TGV e não uma locomotiva a vapor porque os tempos de hoje são outros e as soluções para as resoluções podem e por certo que são diferentes.
O meu coração, que no passado já sofreu, hoje jorra lágrimas de dor por mais esta machadada no amor da minha vida.
 
 
 
 
 
 
 

Friday, October 4, 2013

A época basquetebolista de 2013/2014

Está quase a materializar-se o arranque oficial da época de 2013/2014 da LPB através da sua primeira competição, a Taça António Pratas. As diversas equipas que compõem o grupo a competir pelos diversos troféus da época, estão treinando á algumas semanas, mas algumas delas sem os planteis completos e por isso é natural que não se apresentem como esperaríamos.

O assunto sobre o qual quero expressar a minha opinião neste texto, é sobre a qualidade do jogo de cada equipa visto que este não é mais que o reflexo da soma das suas partes individuais, devendo desta forma refletir a qualidade individual do seu grupo de trabalho onde se inclui nomeadamente os jogadores bem como de treinadores.

E treinadores porquê ? porque estes ao escolherem  a estratégia a desenvolverem ao longo da época, entre os quais os movimentos ofensivos e defensivos da equipa, e que esperam que tragam  o maior sucesso possível ao grupo terão de saber escolher de um manancial de movimentos táticos quais os melhores a implementar e que permitam ao grupo crescer  na direção que a equipa técnica pretende e que vão ao encontro do sucesso coletivo.

Temos então que os movimentos ofensivos/defensivos escolhidos pelos treinadores devem refletir diversas questões, tais como as características dos seus jogadores e as suas qualidades individuais, em função de algo em que a sua equipa possa ter vantagem em relação aos seus opositores; e porque não dizer também em relação ao espetáculo que possam proporcionar ao publico. E isto é importante porque sem público e sem patrocinadores lá se vai os movimentos táticos porque as equipas não existem.

Coloca-se então a questão de que tipos de movimentos ofensivos e defensivos se quer desenvolver e se a equipa tem os jogadores que os possam executar. Alguns exemplos. Se temos jogadores interiores fortes e capazes de resolver o jogo então devemos insistir na marcação de pontos através do jogo interior. Contudo se não temos jogadores interiores que permitam isso, então é melhor jogar com menos jogadores dentro e apostar no jogo exterior. Se o plantel é curto em número de jogadores interiores então teremos de jogar com mais jogadores exteriores, se por outro lado não temos um base seguro e líder é provável que tenhamos de jogar com dois bases, e etc.

Sejam quais forem os movimentos ofensivos/defensivos do ponto de vista estratégico que os treinadores escolham, espera-se que estes possam ser desenvolvidos no contexto em que vão ser usados e que traduzam um basquetebol de qualidade.

Esperemos então que a época de 2013/2014, seja um reflexo de boas escolhas por parte dos treinadores e que todos nós tenhamos prazer em ver um jogo de basquetebol.

 

Thursday, April 25, 2013

Atrasadas mas ....


Com o atraso de muitos anos, diria cerca de uma década (não deverá ser difícil sabermos quando é Mário Saldanha ameaçou demitir-se) e depois de o basquetebol cair tanto em termos de qualidade, imagem, promoção e como espectáculo interessante para o público, vejo com muitos bons olhos finalmente a FPB tomar medidas que eram urgentes na altura (selecção nacional de seniores B, e junção da CNB1 e CNB2).

Faltará a realização de uma competição sénior masculina com as equipas espanholas da região da Galiza. Em 2007 estes mostraram-se muito receptivos da ideia mas a FPB nunca deu um passo que eu saiba.

Faltará ainda muito para se melhorar o nosso basquete mas espero que não se espere mais dez anos.

Aqui vão as ideias divulgadas na altura.


BASQUETEBOL QUE PRESENTE, QUE FUTURO

 ESTADO ACTUAL:


1 - HÁ FALTA DE INTERESSE (de patrocinadores e público)


2 - HÁ FALTA DE MOTIVAÇÃO


3 - HÁ FALTA DE NOVOS VALORES PORTUGUESES

 
4 - HÁ FALTA DE PROMOÇÃO (dos jogos a nível local e nacional usando os mais diversos meios)


5 - HÁ FALTA DE INVESTIDORES (reforçar os actuais e conquistar novos patrocinadores)

 
O QUE SE PRETENDE:

 
1 - PROVAS QUE GARANTAM A SUBIDA NO GRAU DE DIFICULDADE

 
2 - GARANTIR COMPETIVIDADE DA COMPETIÇÃO


3 - MANTER A MOTIVAÇÃO

 
4 - MANTER A COMPETIÇÃO A CUSTOS FINANCEIROS VIÁVEIS

 

5 - ATRAIR NOVOS INVESTIDORES

 
6 - PROMOVER O BASQUETEBOL ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL (escrita e falada), REGIONAL E NACIONAL


QUADROS COMPETITIVOS:

- Campeonatos zonais e nacionais ao nível do escalão sub 12

- Campeonatos zonais e nacionais ao nível do escalão sub 14

- Adaptação do Campeonato Nacional de sub 20 com passagem a sub 21 (corresponde ao ciclo escolar universitário)

- Juntar as competições CNB1 e CNB2 numa competição zonal (pode ser norte, centro e sul) com uma final em que participam os vencedores das diversas zonas

- Lançamento da competição do Eixo Atlântico, como 1 torneio até se puder tornar uma competição com outro carácter

 
SELECÇÕES:

- Definir grupos de jogadores por escalão que demonstrem potencial para integrar as selecções nacionais e trabalho sistemático com estes grupos (especialmente nas férias escolares)

- Criação de Selecção Nacional Seniores B por forma a trabalhar e dar experiência internacional a um grupo definido de jogadores com potencial para integrar a Selecção Nacional Seniores num curto espaço de tempo.

- Dar bastante experiência internacional aos diversos grupos.

 

PROTOCOLOS:

- com FEB

- com ACB

- com NBA

Sunday, December 30, 2012

Refexão sobre a MatchUp


Refexão sobre a MatchUp

Decorreu ontem (dia 29 de Dezembro de 2012), em Coimbra uma iniciativa de nome MatchUp cujo objectivo era o de promover a reflexão sobre o basquetebol do país e não tanto apontar responsáveis sobre o estado em que este se encontra.

Além de mim acorrem um pouco mais de cem pessoas, vindas de diversos pontos do país o que demonstra realmente interesse e vontade de estar presente.

Apesar do número de oradores me parecer em número excessivo para a tipologia deste  tipo de  eventos, devido ao pouco espaço com que os convidados ficam bem como para o tempo destinado ao debate ficou este um pouco em causa devido a esse problema.

Começaria por dizer que um dos temas que mais me aliciou foi a necessidade de os clubes e a Federação Portuguesa de Basquetebol definirem que tipo de clubes e de competição é que pretendem. Na era da globalização e onde todo o tipo de espectáculo seja ele desportivo ou de outro tipo de entretenimento nos chega e por diversas meios, esta definição é fundamental para nos diferenciar do que existe, isto é da concorrência e acrescentarmos valor. Este valor deve ser traduzido no prazer que os espectadores têm ao ver um jogo ou do retorno que os eventuais patrocinadores devem e têm de ter ao investir no clube ou na prova/competição, mas igualmente na melhoria dos participantes. Eu próprio já á muitos anos, estive presente numa reunião da Proliga e depois de se tentar discutir o modelo de competição bem como o número de estrangeiros (é sempre as mesmas questões) perguntei qual era o objectivo da proliga ? era concorrer com a LCB (competição da altura) ? era dar espaço ao jogador português ? qual era afinal ?  fiquei sem resposta e a proliga continuou como mais uma prova sem qualquer tipo de objectivo estratégico definidos.

Ficou também bem saliente o papel que a comunicação tem hoje em dia. A profusão de meios ao dispor de quem quer comunicar, a facilidade que o publico consumidor consegue receber e aceder á informação é invulgar e impar na história dos média. Daí a necessidade de sermos proactivos em vez de sermos reactivos ou simplesmente de estarmos á espera que a noticia seja emitida pelos chamados média.

Um outro tema que destaco foi a defesa da ideia de que sem formação não há possibilidade de qualquer competição sénior sobreviver a não ser que os clubes tenham muito dinheiro para comprar jogadores sistematicamente. Aliás este foi um dos maiores erros do basquetebol português ao contratar ao desbarato jogadores vindos da 4ª divisão do país vizinho em detrimento da aposta do jogador português ou do pagamento a este do seu real valor.

Gostei igualmente de ouvir o que foi dito no que se refere á arbitragem. Há algum sentimento de que se pode fazer melhor. Acabou-se com uma boa prática que era o de discutir/debater entre árbitros e treinadores as novas formas de arbitragem bem como alterações ás regras antes do inicio do campeonato mas que actualmente se faz depois deste começar, o que causa algum embaraço na interpretação das regras e da forma como os treinadores reagem á diferença de critérios. Foi igualmente referido que com o melhoramento da competição é normal que as arbitragens sejam melhores porque se colocam diferentes desafios nomeadamente quanto ao ritmo, pressão e exigência o que é perfeitamente normal.

Por fim uma palavra de esperança porque foi afirmado que o basquetebol foi pioneiro em muitas áreas de intervenção no desporto português ao longo dos tempo, e que tem pessoas capazes, competentes e profissionais que podem contribuir para que este estado de coisas se altere, mas isto só pode acontecer se estas pessoas estejam nos lugares certos.