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Monday, May 12, 2008

Reflexão Basquete Inicio Sec. XXI - 2ª Parte

Tenho seguido com atenção as diversas posições e proposta que se vão manifestando sobre a futura prova ou provas no que diz respeito ao quadro competitivo no escalão sénior masculino.
Mais do que definir qual o modelo de competição era preciso definir qual a filosofia da nova competição, e quais os seus parâmetros, quer ao nível logístico, quer ao nível financeiro, quer nível de infra-estruturas e porventura mais alguns a definir.
Depois de se fazer qual o levantamento de quantas equipas é que estariam em condições de preencher esses requisitos é que se deveria discutir o possível quadro competitivo
Não querendo dar mais nenhuma dica sobe a definição dos critérios porque me parece que não deve ser difícil chegar a acordo, gostaria de chamar a atenção para diversos cenários competitivos:
1 – O 1º nível de competição é composto pelas equipas (8) que participaram no Campeonato organizado pela LCB na época de 2007/2008 mais as duas (2) que têm direito desportivo por terem atingido as finais da Proliga. Total de participantes 10.
2 – Se as equipas (8) da LCB têm direito desportivo de participar no novo campeonato então as 8 primeiras equipas da Proliga terão igual direito. Por uma questão de igualdade de critérios na atribuição de vagas.
3 – Como ao inicio da época de 2007/2008 não havia qualquer proposta de unificação dos dois campeonatos e partindo do principio da igualdade de oportunidades para todas as equipas todas terão acesso á nova competição.
4 – O número final de equipas que preencherem os requisitos fará com que se opte por um dos modelos referidos.
Tem-se falado dos jogos cruzados. Pessoalmente não me parece que tragam nada ao modelo competitivo. Nunca houve este modelo em parte alguma do mundo e duvido que alguma vez haja.
Se o campeonato é composto por equipas equilibradas no que diz respeito á qualidade dos seus planteis e da sua organização então que se faça uma só competição.
Senão é verdade que há um determinado equilíbrio então para quê os cruzados ?
Uma ida de Lisboa ao Porto ou arredores ou vice-versa pode custar mais de 1000 (mil euros). Qual é a vantagem de haver um jogo entre uma das 1ºs equipas do 1º nível de competição e uma as ultimas do 2º nível, para além do eventual prejuízo desportivo e financeiro. Será que isto interessa realmente a alguém ? Não haverá melhor formas de promover o basquete ? será que o publico da equipa da casa que seja cilindrada ficará contente ? e os jogadores ? qual será o impacto psicológico depois de apanhar uma tareia ? e tantos outros que ….
Em relação ao número de estrangeiros ele deve ser definido pelas reais necessidades das equipas. Já referi anteriormente que os jogadores sempre foram a favor de um campeonato profissional. A instabilidade que se sente em muitas equipas por certo fará com que vários venham a optar por sair. Não se sabe quantos mas ….. a ver vamos.
A desigualdade de número de estrangeiros permitidos para as equipas do 1º nível e as do 2º nível (se houver esse nível) não tem qualquer principio de igualdade de oportunidades competitivas quer aquando das jornadas cruzadas quer bem aquando dos jogos da Taça de Portugal e outras competições. A FPB sempre se manifestou contra essa desigualdade e agora não percebo como pode defender esta ideia. São publicas as diversas declarações nesse sentido aquando da realização da Taça de Portugal ao longo dos últimos anos.
Por fim gostaria de falar dos jovens. Será que o Director dos Centros de Treino bem como os seus treinadores não deveriam ser ouvidos para se saber quantos jovens temos com potencial para integrar as equipas seniores ? e em que escalões ? será que poderiam ser englobados nos trabalhos dessas equipas e até poderem vir a jogar sem perder o direito de jogar no seu escalão etário. Se jogarem e perderem a oportunidade de jogarem no seu escalão estaremos a penalizar a qualidade em vez de inentivarmos.
Coimbra, 11 de Maio de 2008
António Pereira

Saturday, April 26, 2008

Reflexão - Basquete Português, Inicio do Século XXI


Preambulo

Desde 1969 que estou envolvido na modalidade de basquetebol, isto é há quase 40 anos.
A minha vida pessoal e o basquete têm caminhada lado a lado ao longo destes anos.
Tive a sorte e a felicidade de nos anos de 1974 a 1979 ter pertencido a um grupo de pessoas que ganhou somente o Campeonato Nacional da 3ª Divisão seniores masculinos, Campeonato Nacional da 2ª Divisão seniores masculinos, Campeonato Nacional da 2ª Divisão seniores femininos, Campeonato Nacional da 1ª Divisão seniores femininos, Campeão Nacional de Juniores em 1978 e 1979, Vice-Campeão em 1977, Campeonato Nacional de Cadetes Masculinos em 1977, 1978 e 1979.
Os responsáveis e lideres deste grupo eram Jorge Araujo, Adriano Baganha, Apolino Teixeira, José Manuel Almeida e Jaime Rubenstein como treinadores e Rui Duarte e muitos outros como dirigentes.
Fui treinador e fui Campeão Nacional da 2º Divisão em 1991e levei uma equipa de juniores a uma Fase Final em 1984.
Desde 1992 que optei por representar jogadores treinadores e desde essa altura que o contacto diria quase diariamente ou pelo menos sistematicamente com um universo de pessoas que eu posso dizer não passa o número de 70 quer nas funções de dirigente quer na função de treinador.
Conheço as realidades dos clubes quer á sua honorabilidade, quer á sua organização, aos seus anseios aos seus problemas diários e a realidade que os treinadores enfrentam no seu dia a dia de trabalho.
Nos últimos anos tenho vindo a observar os escalões de formação e posso dizer que nos últimos anos tenho visto todas as fases regionais do norte do País nos diversos escalões etários.
Por fim conheço a realidade da Europa e dos USA de uma forma muito concreta devido aos imensos contactos e viagens que faço com regularidade.

Detentor desta informação sinto-me obrigado a dar uma opinião sobre o actual estado do nosso basquete e exprimir as minhas reflexões num pequeno documento que espero que possa ajudar a que o nosso basquete volte a ser UM MODELO DE REFERÊNCIA NO DESPORTO PORTUGUES.

Reflexão - Basquete Português, Inicio do Século XXI

Problemas do Basquete Português:
- Imagem e honorabilidade
- Capacidade financeira das equipas
- Falta de organização dos Clubes
- Numero de praticantes insuficientes (variadas equipas treinam com poucos jogadores, isto é 5, 6 , 7, etc)
- Necessidade de dar espaço aos jogadores jovens Portugueses
- Campeonato ! – possível forma de disputa

Começando pelo fim aconselha-se o seguinte:
O campeonato 2008/09 deve ser disputado por todas as equipas que este ano participam no campeonato organizado pela LCB e pela FPB (campeonato da Proliga) excluindo a equipa que desceu (15º) e incluindo a subida das equipas da CNB1 visto não haver qualquer critério objectivo de exclusão de qualquer uma das equipas.
Esta deve ser uma época de transição para um campeonato mais elitista a ser disputado por um numero de equipas a definir (possivelmente 12) e com condições a definir para que os clubes se preparem e saibam com antecedência o que os espera na época de 2009/10.
Todos os níveis de competição de seniores masculinos devem ser pensados e escalonados de forma a dividir as diversas equipas por diversos escalões hierárquicos e com custos de participação acessíveis.
Devido ao número elevado de equipas sugere-se a seguinte forma de campeonato:
Fase regular: as diversas equipas devem ser divididas por 4 series de 6 equipas tendo cada série um cabeça de serie, com critérios a definir (ex. campeão da LCB, campeão da Proliga, vencedor da Taça de Portugal, outros) sendo as restantes equipas distribuídas por critérios geográficos e de ranking basquetebolistico de forma a manter um equilíbrios entre as equipas de cada série e entre as diversas séries.
Cada equipa deverá jogar 4 vezes dentro da mesma série e 2 vezes com as equipas das outras séries. As equipas das ilhas serão distribuídas por cada série.
Numero máximo de jogos: 38. Actualmente as equipas da Proliga realizam 28 e seriam 30 caso houvesse 16 equipas). Não há um aumento significativo de jogos e as despesas poderão não aumentar devido ao carácter mais regional de uma grande parte dos jogos.
Com o avançar da época as equipas poderão fazer jornadas duplas como forma de preparação e de ganho de ritmo competitivo para os playoffs.
Fase final: tanto pode ser em sistema de playoffs apurando 8 equipas, cabendo às 2 primeiras equipas de cada série esse lugar ou em Final Four com apuramento do vencedor de cada série.
No fim do campeonato de 2008/09 estabelecerce-á um ranking que dividirá as equipas em duas séries compostas por 12 equipas com forma de disputa de campeonato a estudar.
Jogadores jovens: como foi já referido a falta de jogadores seniores pode e deve abrir as portas para que jogadores do escalão sub 18 possam integrar o plantel das diversas equipas seniores. É necessário aprovar a dupla subida de escalão etário para que os jovens não percam o direito de disputar os jogos no seu escalão e ao mesmo possam ser incluídas no escalão sénior e jogar caso tenham qualidade para isso.
Jogador afiliado: no campeonato de 2009/10 cada equipa do 1º nível poderá escolher uma equipa do 2º nível como sua afiliada. Esta equipa servirá para receber jogadores Portugueses durante a época com muito pouco tempo de jogo e que ao descer de nível poderão beneficiar desse aspecto. Há que limitar por quantas vezes cada jogador pode vir a baixo, durante quanto tempo e qual a data limite para que ninguém seja beneficiado ou prejudicado.
Os jogadores seniores na sua maior parte sempre defenderam o estatuto de jogador profissional. Sabemos que antes da criação da LCB bem como durante bem como igualmente na competição da FPB muitos não têm visto os compromissos que os clubes assumiram serem honrados. Assim é natural que venham a explorar a possibilidade de sair do nosso País tal como aconteceu no fim da época anterior. Não se sabe com precisão quantos é que terão essa possibilidade mas poderei dizer que só não vai quem as equipas Espanholas não quiserem.
Este facto a consumar-se leva-nos para a decisão sobre o numero de jogadores estrangeiros que cada equipa poderá ter ou precisará de ter de forma a não ter problemas na constituição e equilíbrio do plantel. Será que é sensato descer abaixo do numero de 4 ? Talvez não ! A inscrição de 4 jogadores estrangeiros no boletim de jogo daria a possibilidade das equipas terem planteis mais homogéneos, equilibrados e de o nível basquetebolistico não descer tão abruptamente. Se analisarmos os jogos da LCB conclui-se que muitas poucos são os momentos em que as equipas usam os 4 jogadores estrangeiros ao mesmo tempo, usando normalmente 3 ou mesmo 2 mas tendo nomeadamente no jogo interior (temos falta deste jogadores com o BI Português) jogadores no banco para poder rodar com os que estão em campo. Sugere-se que cada equipa possa utilizar em campo somente 3 jogadores estrangeiros seja ela qual for a sua nacionalidade embora possa inscrever 4.
Árbitros: sabe-se que o basquete é um jogo de rotinas e elas ganham-se no teino e na competição. Não é possível parar campeonatos depois dele iniciado. Assim chamo a atenção para uma paragem que existe na calendarização nacional durante o mês de Novembro e que serve para que os árbitros façam um “Clinic”. Pelo prejuízo desportivo e financeiro deste ponto alto da arbitragem sugere-se que os Srs. Árbitros o façam antes de o campeonato começar nem que se tenha de começar o campeonato uma semana mais tarde. Sugere-se igualmente que as mesas de jogo, isto é os oficiais de mesa sejam utilizados com critérios mais regionais não devendo um oficial de mesa deslocar-se mais do que x km de forma a se cortar nas despesas.
FAT: O FIBA Arbitral Tribunal é um mecanismo que a FIBA criou para impedir que quer Clubes quer jogadores ao não honrarem os seus compromissos possam dirimir os seus conflitos sem recorrer a um tribunal civil. Este pode ser um mecanismo que a FPB pode usar de forma a criar uma imagem de seriedade e de devolver o prestígio á modalidade. Deve a FPB aconselhar todos os jogadores a incluir a clausula que se encontra ao dispor de todos nos contratos celebrados entre Clubes e jogadores de forma a dissuadir a falta de respeito pelos compromissos assumidos ou criar um mecanismo semelhante.

Coimbra, 24 de Abril de 2008

António Pereira