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Sunday, May 19, 2019

Visão com propósito - o ponto de partida


Recentemente encontrei uma publicação do João Oliveira no Facebook, onde convidava os diversos “facebookianos” para participar num questionário com o tema “Diagnóstico da visão do basquetebol Português”.

Antes de responder ao dito questionário fui ler qual era a visão da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), no seu site. Lembro-me de a ter lido há uns anos e como tal achei útil voltar a fazê-lo.

Encontramos a visão na área das linhas orientadoras. O referido separador apresenta de início um texto sobre as linhas orientadoras da FPB, seguido de um separador com a missão e visão, estas incluídas no mesmo texto, o que não me parece ser uma boa solução, contribuindo para uma confusão desnecessária, seguido de um terceiro separador com a menção dos valores porque se rege a FPB.

Não me parece que esta seja a melhor forma de apresentar alguns dos traços identitários da FPB, que são responsáveis pela construção da cultura organizacional, mas se pensarmos que a missão e a visão da maioria das organizações usam as mesmas palavras somente diferindo a ordem delas talvez a relevância desta forma de apresentação seja, no meu entender, mais uma questão formal do que outra.

Porque para mim o importante é qual o propósito de uma marca, e neste caso qual o propósito do basquetebol que deve ser apoiada na visão.

Este é um conceito que eu tenho defendido nos últimos anos e que cada vez mais as marcas começam a usar e que em muito depende da liderança, da sua visão, da sua capacidade de gerir as equipas de trabalho, da capacidade de inovar e por fim da gestão em todas as outras áreas.


Qual o propósito do basquetebol?

Se pensarmos que a FPB é uma organização inserida na indústria desportiva e do entretenimento, qual a visão e o propósito do basquetebol?

E de qual basquetebol? O da Liga Portuguesa de Basquetebol? O da Liga Feminina? O das competições secundárias, de masculinos ou femininos? O da formação? O do minibasquete? Do basquetebol de cadeira de rodas? Dos eventos?

E isto é deveras importante porque qualquer que seja a visão de uma organização (FPB), se não estiver focada nos seus diversos stakeholders, dificilmente será uma organização capaz de ser uma organização de sucesso.

Tal como a organização, a marca basquetebol tem de ter igualmente um propósito. Sem um propósito claro e inovador qual é a relevância do basquetebol? Se por exemplo uma equipa deixar de existir o que é que se perde? O seu desaparecimento pode não causar um vazio ou rapidamente ser ocupado por outro tipo de desporto (neste caso) como alternativa e sem causar um sentimento de tristeza ou dor junto dos adeptos ou mesmo comunidade.

O propósito nasce assim da alma da organização, do seu líder e inspira o sonho (visão) que fez nascer a sua presença.

Propósito é o que nos deve mover no dia-a-dia, nos faz acordar bem-dispostos por ir trabalhar em algo que é importante e relevante para cada um de nós, acreditando que com as nossas ações estamos a contribuir de forma ativa para um basquetebol melhor e uma melhor cidadania dos nossos clubes, treinadores, jogadores e juízes.

Propósito é como a FPB e o basquetebol pretende contribuir para uma sociedade melhor e capaz de formar homens e atletas, de competições mais organizadas, com maior equilíbrio, sustentável financeiramente, apresentando um espetáculo, e que é inspirada pelo sonho do porquê que existimos enquanto organização.

Mas o propósito de uma marca tem de estar associado às pessoas, e investir nelas é primordial, despertando paixão e emoções junto de todos os stakeholders da indústria desportiva e não só do basquetebol.

E toda a ação deve estar apoiada num plano estratégico que permita definir os caminhos a percorrer para alcançar os objetivos sejam eles de curto, médio ou longo prazo, medindo cada ação, o que permite tomar decisões com base em dados e não em suposições ou perceções, sendo um documento orientador de toda a ação. Temos de ser capazes de analisar com base em números concretos para depois tomar a melhor decisão possível e verificar se a visão e o propósito estão alinhados com a realidade.

Será que o basquetebol português tem uma visão e um propósito claro apoiado num plano estratégico?

Será que estão alinhadas com os objetivos a alcançar?

E que objetivos são esses?

Para que o basquetebol seja uma modalidade relevante na indústria desportiva, e tenha uma visão que nos dê uma ideia clara do se pretende ser no futuro, e um propósito junto de todos os stakeholders, devemos envolver as pessoas por forma a sermos capazes de “construir juntos o amanhã”.

António Pereira

António Pereira, é um ex-jogador e ex-treinador de basquetebol, desenvolveu a função de scouting durante vários anos, é licenciado em Comunicação Organizacional com as especialidades de Comunicação de Marketing e Comunicação de Relações Públicas, Mestre em Marketing e Comunicação e escreve sobre Gestão do Desporto, Marketing e Comunicação do Desporto no blog https://apbasketball.blogspot.com/ entre outros meios de comunicação.

Este texto foi originalmente publicado no blog https://ideiasparaobasquetebol.blogspot.com

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