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Sunday, December 30, 2012

Refexão sobre a MatchUp


Refexão sobre a MatchUp

Decorreu ontem (dia 29 de Dezembro de 2012), em Coimbra uma iniciativa de nome MatchUp cujo objectivo era o de promover a reflexão sobre o basquetebol do país e não tanto apontar responsáveis sobre o estado em que este se encontra.

Além de mim acorrem um pouco mais de cem pessoas, vindas de diversos pontos do país o que demonstra realmente interesse e vontade de estar presente.

Apesar do número de oradores me parecer em número excessivo para a tipologia deste  tipo de  eventos, devido ao pouco espaço com que os convidados ficam bem como para o tempo destinado ao debate ficou este um pouco em causa devido a esse problema.

Começaria por dizer que um dos temas que mais me aliciou foi a necessidade de os clubes e a Federação Portuguesa de Basquetebol definirem que tipo de clubes e de competição é que pretendem. Na era da globalização e onde todo o tipo de espectáculo seja ele desportivo ou de outro tipo de entretenimento nos chega e por diversas meios, esta definição é fundamental para nos diferenciar do que existe, isto é da concorrência e acrescentarmos valor. Este valor deve ser traduzido no prazer que os espectadores têm ao ver um jogo ou do retorno que os eventuais patrocinadores devem e têm de ter ao investir no clube ou na prova/competição, mas igualmente na melhoria dos participantes. Eu próprio já á muitos anos, estive presente numa reunião da Proliga e depois de se tentar discutir o modelo de competição bem como o número de estrangeiros (é sempre as mesmas questões) perguntei qual era o objectivo da proliga ? era concorrer com a LCB (competição da altura) ? era dar espaço ao jogador português ? qual era afinal ?  fiquei sem resposta e a proliga continuou como mais uma prova sem qualquer tipo de objectivo estratégico definidos.

Ficou também bem saliente o papel que a comunicação tem hoje em dia. A profusão de meios ao dispor de quem quer comunicar, a facilidade que o publico consumidor consegue receber e aceder á informação é invulgar e impar na história dos média. Daí a necessidade de sermos proactivos em vez de sermos reactivos ou simplesmente de estarmos á espera que a noticia seja emitida pelos chamados média.

Um outro tema que destaco foi a defesa da ideia de que sem formação não há possibilidade de qualquer competição sénior sobreviver a não ser que os clubes tenham muito dinheiro para comprar jogadores sistematicamente. Aliás este foi um dos maiores erros do basquetebol português ao contratar ao desbarato jogadores vindos da 4ª divisão do país vizinho em detrimento da aposta do jogador português ou do pagamento a este do seu real valor.

Gostei igualmente de ouvir o que foi dito no que se refere á arbitragem. Há algum sentimento de que se pode fazer melhor. Acabou-se com uma boa prática que era o de discutir/debater entre árbitros e treinadores as novas formas de arbitragem bem como alterações ás regras antes do inicio do campeonato mas que actualmente se faz depois deste começar, o que causa algum embaraço na interpretação das regras e da forma como os treinadores reagem á diferença de critérios. Foi igualmente referido que com o melhoramento da competição é normal que as arbitragens sejam melhores porque se colocam diferentes desafios nomeadamente quanto ao ritmo, pressão e exigência o que é perfeitamente normal.

Por fim uma palavra de esperança porque foi afirmado que o basquetebol foi pioneiro em muitas áreas de intervenção no desporto português ao longo dos tempo, e que tem pessoas capazes, competentes e profissionais que podem contribuir para que este estado de coisas se altere, mas isto só pode acontecer se estas pessoas estejam nos lugares certos.