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Monday, October 19, 2015

Ligas Europeias e FIBA anunciam conclusões sobre o basquetebol profissional

Foi na Casa do Basquetebol que a FIBA recebeu a ULEB (Union od European Leagues of Basketball) e representantes das ligas Belga, Francesa, Alemã, Greca, Israelita, Italiana, Lituana, Holandesa, Polaca, Espanha, Turca, Liga Adriática, e VTB League que cobre 25 países, e onde foi discutida a visão futura do basquetebol profissional. Portugal não esteve presente como se pode constatar.

A FIBA quis ouvir as opiniões dos diversos participantes acerca da reformulação do sistema competitivo ao nível de clubes na Europa, quer ao nível do formato, processo de qualificação, calendário da competição, benefícios comerciais, despensa dos jogadores para as respetivas seleções nacionais, seguro desportivo ao serviço das seleções nacionais.

Foi dada a conhecer aos presentes os ambiciosos planos da FIBA no que diz respeito quanto ao futuro do basquetebol na Europa que se considera longe do seu potencial. FIBA considera que este crescimento só é possível com todos os interessados a trabalhar como uma unidade, reconhecendo que é importante ter os mesmos objetivos, e partilhar os mesmos valores.

A necessidade das competições domésticas, competições europeias de clubes e seleções nacionais são vitais para o desenvolvimento do basquetebol.

Estas são as conclusões em inglês da press released emitida pela FIBA
The attendees welcomed the following important and historical measures to integrate clubs and leagues further within the FIBA family:
- European clubs and leagues representatives shall have dedicated seats as full voting members within the Board of FIBA Europe;
- FIBA Europe's Advisory Board to the new FIBA Europe Cup shall include representatives of clubs and ULEB;
- FIBA will establish a Professional Basketball Council (PBC) as an official body of FIBA. Among the terms of reference of this new body, as approved by the attendees, will be the promotion of unity among all professional basketball stakeholders as well as preserving the interests of clubs and leagues within FIBA;
- Representatives of FIBA Europe will be invited to attend ULEB's General Assemblies;
- ULEB shall appoint - in consultation with FIBA - a permanent representative to act as European national leagues liaison in order to facilitate a much closer cooperation between ULEB, its member leagues and FIBA. FIBA will provide ULEB with financial and administrative support for this person, who will coordinate ULEB's efforts with the competition departments of the European Regional Office and of the FIBA headquarters.
Fonte: www.fiba.com


Friday, October 16, 2015

Com as pessoas, seguindo em direção ao futuro

É sempre salutar observar consensos quando duas partes mantinham posições extremadas. Aliás, não consigo avaliar quem não fique satisfeito com esta situação. 

O recente conflito entre a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) e a Associação Nacional de Juízes de Basquetebol (ANJB) veio demonstrar, uma vez mais, que a gestão da modalidade necessita de ser repensada.  

O acordo que saiu do encontro mantido entre os presidentes Manuel Fernandes e Paulo Alves permite antever que se abre uma janela para a resolução de uma boa parte dos problemas. Porque é isso que, agora, toda a gente está à espera, que os problemas sejam realmente atacados e não protelados. 

A questão das tabelas de arbitragem e das dívidas aos juízes foram os pontos divergentes, no qual toda a gente se focou, mas por detrás desse mesmo conflito está uma incapacidade, impossível de esconder, da estrutura da FPB em revelar-se proativa perante as dificuldades.  

Não me parece que a FPB pretenda correr o risco de voltar a incorrer nos mesmos erros – algo que insistiu nos últimos anos, por o boicote dos árbitros ter sido reincidente, embora este último tenha sido o episódio mais grave – e aproveite esta ocasião para, finalmente, transmitir uma imagem de dinamismo e evolução no tempo.  

Urge definir um plano estratégico, não apenas desportivo, mas transversal às diferentes áreas de intervenção da FPB.

Tenho a certeza que existe muita gente com vontade e disponibilidade de colaborar nesse documento, convicção que reforço pelos comentários analisados nas redes sociais. 

Se queremos mudar o basquetebol temos de olhar para o passado e identificar o que se fez de bem e o que se fez de errado, análise que nos ajudará a traçar o rumo ambicionado, construindo com as pessoas um futuro que se desenvolve à velocidade da luz. 


Wednesday, October 14, 2015

Será o basquetebol uma família grande?

O estado atual do basquetebol é parecido com uma grande família que não se entende dando assim uma imagem negativa para o exterior.

Mas será que nos últimos anos, houve paz na família basquetebolista?

No sentido de contribuir para uma melhoria do ambiente no basquetebol tenho escrito diversos textos, textos esses que normalmente têm propostas estruturantes para a nossa modalidade e que antecipam problemas. Aliás um dos grandes males do basquetebol português destes últimos anos tem sido sempre o de correr atrás do prejuízo, tornando-se reativo em vez de pró-ativo. 

Mas esta dificuldade em arrancar a época era um cenário previsível. Os Clubes não gostaram do modelo competitivo nomeadamente quanto ao aumento das despesas. Os árbitros não gostaram de saber por outros que os seus prémios iriam sofrer um corte, e de uma forma algo natural previa-se o que veio a acontecer.

Aliás esta falta de atitude pró-ativa de todos os envolvidos na modalidade levou o basquetebol á falta de credibilidade, á falta de sustentabilidade e aqui não falo só do problema financeiro mas também de outros aspetos que contribuem para os diversos itens da sustentabilidade tal como a formação, á falta de apoios através da falta de parcerias ou dificuldades em as concretizar, do problema de não gerar receitas, da necessidade de captar e como o público, e da ausência do espetáculo ou até mesmo da incerteza do resultado.

Neste cenário não é possível colocar o basquetebol em primeiro, nem sequer em segundo.

Por forma a colmatar este problema e recuperar a paz há necessidade de envolver as diversas parte na solução do problema.

Uma dessas fórmulas pode muito bem ser o de criar um conselho de gestão das competições onde várias partes estejam presentes no sentido de estudar os problemas, antevendo cenários, agindo em prol do basquetebol num cenário onde os contributos das diversas partes são importantes.

Este conselho de gestão deve gerir uma ou mais competições sem retirar a legitimidade e autoridade ao Presidente da FPB, mas bem pelo contrário dando-lhe legitimidade e força. Neste conselho devem estar representantes da FPB, dos clubes, de treinadores do nível competitivo correspondente como representantes da ANTB ou não, da ANJB, e da associação de jogadores quando estes quiserem e tiverem uma associação ativa e representativa dos diversos atletas. Neste grupo devem estar ainda pessoas ligadas ao marketing e comunicação porque estas duas áreas são fundamentais para qualquer organização que se queira afirmar num mercado competitivo e não tenho dúvidas que este é um mercado altamente competitivo e disputado.

Existe uma expressão do género ”não te ponhas a inventar que já está tudo inventado”, e nesta situação não estamos a inventar nada. A NBA tem o conselho dos governadores onde se fala dos problemas encontrados e das soluções possíveis. Depois de um tempo de reflexão o dito conselho volta a reunir para os temas serem novamente discutidos sendo na sequência disso aprovado ou não. 

É claro que a NBA tem uma missão clara e uma visão que não deixam dúvidas, os valores que defendem e a o seu logo, fazem parte da sua identidade e todos sabem do que se espera da NBA quando este nome é referido.

Mais que inventar é preciso adaptar os bons exemplos das organizações e felizmente a NBA é uma delas existindo a necessidade pensar fora da caixa ou ver o grande quadro “the big picture” da situação.

A realidade do basquetebol nacional é diferente. Os diversos clubes têm problemas diferentes. estruturas e realidades diferentes a diversos níveis, os treinadores a mesma coisa, uns são profissionais e outros embora muitos tenham uma atitude profissional exercem uma outra profissão. 

Em relação aos jogadores a mesma situação, uns são profissionais e outros ganham algum dinheiro mas são estudantes ou trabalham mesmo. Em relação aos árbitros que muitos falam e escrevem sobre a sua qualidade mas que neste momento são os primeiros a mandar pedras, tenho a ideia de que existem alguns que são muitos bons, que existe um conjunto alargado com bastante potencial e depois temos as assimetrias regionais ou nacionais.

Com tanta dispersão de realidades e interesses só uma grande capacidade de gerar consensos pode tirar o basquetebol do abismo onde se encontra. E deste modo não é fácil um grupo tão restrito de pessoas como o que gere a FPB (Federação Portuguesa de Basquetebol) ter sucesso. Usando mais uma expressão “como os mesmos procedimentos repetidos sistematicamente não podemos esperar resultados diferentes”.

Há distância de um teclado ou de um microfone é fácil escrever nas redes socias ou falar numa rádio ou televisão, mas de uma forma consciente podemos afirmar que os diversos stakeholders do basquetebol estão cansados e zangados com este basquetebol que não serve ninguém.

Este pode ser o momento que o basquetebol precisava para unir a família e colocar no top das prioridades o envolvimento de todos para que o basquetebol recupere o prestígio, até porque adiar pode ser o despertar de novos problemas que se advinham.

António Pereira


Nota de esclarecimento: Este texto foi escrito no dia 11 de Outubro de 2015 e disponibilizado no mesmo dia e seguintes a pessoas diversas e teve como objetivo o contribuir para uma reflexão sobre os problemas atuais do basquetebol português.