A 51ª edição do Super Bowl vai ficar na história como o jogo
em que os Atlanta Falcons desperdiçaram uma vantagem de 21x4 ao intervalo para
perderem, após prolongamento, por 34x28.
Ao fim de cinquenta anos de Super Bowl´s (finalíssima do campeonato
da NFL – National Football League), tivemos o primeiro prolongamento, pelo que
ficará registado na história da modalidade.
E nenhuma modalidade se faz sem heróis …. Na Super Bowl 51 o
herói foi, mais uma vez, Tom Brady, que ao completar 43 em 62 passes estabeleceu
mais um record na final do Super Bowl, tendo sido eleito pela 5ª vez como o MVP.
Por último o show
de Lady Gaga, que foi mesmo um show e
ficará igualmente na memória dos que tiveram a oportunidade ver, e que foi
largamente comentado nas redes sociais.
A crítica americana agradeceu à artista não ter tornado este aquele momento em algo político. Pareceu-me bem. O foco era o evento desportivo que ocorria no NRG Stadium, no Texas, nos jogadores e na competição entre duas equipas seguidas por milhões de adeptos/fans em todo o mundo.
Mas o assunto deste texto não é sobre a Super Bowl 51, da qual encontrarão
informação abundante na World Wide Web, mas sim sobre o exemplo que os Atlanta
Falcons podem ser para o basquetebol português.
Reza a história que os Atlanta Falcons eram propriedade da família Rankin Smith até 2002, altura que foi vendida a Arthur Blank por 545 milhões de dólares. Arthur, um homem de negócios tinha dois amores: a cidade de Atlanta e o desporto
Por isso, para ele, esta compra fazia todo o sentido, até porque em cerca de quarenta anos a equipa dos Falcons foi quase sempre medíocre.
Arthur Blank
Após comprar os Atlanta Falcons Arthur Blank estabeleceu duas
prioridades:
- Melhorar a qualidade dos seus recursos humanos na área da
gestão;
- Convencer as pessoas a irem assistir aos jogos ao vivo;
Para isso realizou diversas pesquisas de marketing para saber
o que é que os adeptos/fans queriam na sua relação com a equipa.
Paralelamente, foi criando laços com a comunidade da cidade
Atlanta, com o envolvimento de todos os membros da organização, focando-se nos cidadãos.
Em 2007, depois de diversos
problemas que afetaram a organização Blank ,disse: “We´ve made significant
long-term commitments to ours fans, and we will deliver on them … we will do
what it takes to field a highly competitive team and reinforce the standards
that defines this team.”
Depois dos Atlanta Falcons estarem presentes na Super Bowl 51
parece-me que o compromisso foi cumprido, até porque os comentadores e
analistas colocam novamente os Falcons na final numero 52.
Pode-se dizer que quando o foco de uma marca (é fundamental
que o basquetebol se torne uma marca) é o consumidor e esta lhe proporciona uma
experiência positiva, independentemente da área de negócio (mercado) em que a
marca atua, qualquer marca pode ser competitiva. O que está em causa é a
qualidade e foco no consumidor.
No basquetebol português qual é o foco?
Será que tem os melhores recursos humanos na área da gestão disponíveis
no país?
António Pereira