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Tuesday, November 18, 2014

O porquê de ...


Terminado o processo eleitoral e com a nova direção da FPB em pleno exercício das suas funções, deve o basquetebol português começar um novo ciclo e como consequência disso este é o meu último texto de um conjunto que teve início em março de 2014.

Desde á muitos anos, que me parece claro que o basquetebol não podia e não devia seguir por trilhos que não levam a caminho algum, e depois de publicado o primeiro texto, senti um grande apoio em relação às ideias então difundidas através no meu blog.

Nesse primeiro artigo, fui claro em relação a dois temas, e deixei outros um outro tema de fora, porque na altura, não tinha um conhecimento suficiente sobre ele.

Em relação ao primeiro tema abordado e que era a composição da lista, reafirmo aquilo que escrevi. Precisamos de pessoas apaixonadas pelo basquetebol, que pensem basquetebol 24h por dia, que nas suas áreas de intervenção sejam pessoas de referência e que sejam capazes de adicionar qualidade a uma equipa que se quer multidisciplinar. É possível gerir a FPB com uma equipa constituída de forma diferente? É claro que sim. Tudo depende da visão do líder e o quanto este acredita no trabalho da equipa e como quer interagir com ela. Cada vez mais as equipas de trabalho são a grande diferença nas organizações e a liderança é fundamental para criar uma visão, valores, e ética, que permitam construir parcerias de sucesso. Por mim prefiro uma equipa que meta as mãos na massa como se costuma dizer, porque os diversos tópicos têm de ser dominados pelos diversos vice-presidentes auxiliado pelos colaboradores federativos, sendo que para tal devem ter conhecimento dos temas e que sejam capazes de tomar decisões. Não é necessário que todas as pessoas estejam localizadas em Lisboa, antes pelo contrário. O não estar localizado em Lisboa pode traduzir-se numa vantagem pelo conhecimento da realidade local e o de fazer envolver as pessoas das suas regiões. No que eu tenho dificuldades é em acreditar que uma gestão que não está presente fisicamente e que quer fazer uso das novas tecnologias por forma a comunicar, seja capaz de ter melhores resultados do que uma gestão presencial. Se assim fosse já as maiores empresas do mundo teriam adotado este tipo de gestão.

No que diz respeito ao tema marketing e comunicação parece-me que existe uma grande confusão e isto porque a maior parte das pessoas não sabem o que é que estas palavras significam e leva-as a confundi-las. Comecemos por dizer que marketing é uma coisa e que comunicação é uma ferramenta do marketing. Comunicar é aquilo que nós fazemos no dia-a-dia, usando as nossas palavras, os nossos gestos, a nossa escrita, etc. Marketing é criar necessidades, desejos, procura, tendo em conta o produto, o valor deste, e o mercado onde está inserido. Marketing e comunicação não são a mesma coisa e publicidade também não. Á mesmo quem confunda ainda mais marketing e publicidade. Só por desconhecimento se pode desvalorizar que o marketing não deve estar presente na chamada alta gestão. Só uma gestão integrada do produto (gestão desportiva do basquetebol que é o produto), com a gestão do marketing e comunicação é que pode levar á concretização da visão a que se propõem. Se assim não for o resultado é quase sempre desastroso e por isso não deve ser tentado. O que é que isto implica? Implica que sempre que sejam tomadas decisões ligadas ao produto (gestão desportiva da modalidade basquetebol) o departamento de marketing terá de estar por dentro das decisões e muitas vezes será este mesmo a dar indicações/sugestões que orientem e condicionem as decisões da gestão do produto (gestão desportiva do basquetebol). Por vezes e muitas vezes na minha opinião deverá ser o departamento de marketing a sugerir ideias ao departamento da gestão desportiva. E que decisões podem ser essas? Em primeiro lugar levar a cabo estudos de mercado. Quantos somos? Quantos nos vêm? E como nos vêm? Que tipo de basquetebol gostam de ver? Que opiniões têm sobre as nacionalidades dos jogadores? O que é que se espera da formação? Que preços estão disponíveis para pagar para ver um jogo de basquetebol? Que papéis os pais desempenham na gestão dos clubes? Que influências têm no desempenho do jovem jogador? Estas serão somente algumas das perguntas que nos permitem perceber como podemos desenvolver o produto basquetebol. Assim parece-me muito difícil que alguém que não esteja dentro da direção da FPB seja capaz de tomar decisões desta natureza, visto que o marketing deve ser orientado para o consumidor e para a sua satisfação e por isso há que ver para além do simples produto sendo que o mix de comunicação deve ser integrado usando as diversas ferramentas de que dispõem. Como tal dizer que vamos procurar patrocínios, que vamos vender merchandising, que vamos isto ou aquilo é só uma promessa baseada num conhecimento empírico, num conjunto de intenções e em algo de que se ouviu falar ou leu, e isso não acrescenta nada a um plano estratégico do basquetebol nacional.
Hoje em dia muitas empresas têm um departamento de marketing (diria que a um determinado nível todas têm um departamento de marketing), e quando decidem apoiar uma modalidade ou um clube querem saber qual o retorno do seu investimento. Que retorno pode dar o basquetebol atualmente? Não sabemos! Não temos a informação que atrás referi e que precisamos, e daí podermos pensar que o valor que o basquetebol tem atualmente será zero ou próximo disso. E esta afirmação baseia-se no número de espetadores ao vivo nos jogos, na cobertura da modalidade pela comunicação social escrita, pelo número de transmissões televisas, pelo número de inserções também nas redes sociais. Como podemos alterar isso? Com uma equipa de gestores desportivos e uma equipa de gestores de marketing que trabalhem em equipa e que procurem soluções. Todas as promessas que não tenham em conta esta abordagem não são sérias e são irresponsáveis. Por exemplo um bom exemplo de como as coisas não funcionam ao nível da comunicação é o sítio da FPB. Não sei quem é que trata da área do marketing digital, de quais os meios de que dispõem, que orientações têm, mas posso afirmar que o que é feito é pouco, muito pouco. Se queremos um basquetebol online então teremos de estar disponíveis para trabalhar ao sábado até às horas que forem necessárias e o mesmo ao domingo. Este é uma área muito sensível e que é fundamental. As pessoas têm de ter acesso á informação na hora e se estão mais do 10segundos á espera que a página descarregue a informação o mais natural é mudarem de página. Quem quer saber o resultado amanhã ou passado muitas horas? Um assunto a resolver com carater urgente aproveitando os bons colaboradores que a FPB terá. A melhoria da qualidade da comunicação da FPB passa também por isto.

Um tema que não abordei por simplesmente não ter conhecimento sobre ele na altura foi o tema relacionado com o estado das finanças da FPB. É preciso saber qual é realmente o atual défice, quais as receitas provenientes do estado, dos patrocínios e outras fontes de receita. Sabemos que existe um buraco financeiro nas contas da FPB e Mário Saldanha sempre se disponibilizou para me proporcionar toda a informação que eu necessitasse. Por isso acho que posso afirmar que para inverter este cenário é fundamental reduzir custos na máquina da FPB e aumentar receitas. Face à conjunta atual não vejo com qualquer possibilidade de sucesso o incremento das receitas provenientes do estado. Assim a única alternativa de aumentar as receitas de uma forma consistente é tornar o basquetebol num produto, sendo necessário para isso elevar os diversos padrões inerentes á competição nomeadamente qualidade dos planteis, do basquetebol praticado, do espetáculo produzido (oferecido ao público), da organização do evento, da organização da competição, da promoção da competição, da promoção do evento, da criação de um departamento de marketing e comunicação na FPB (parece que existe) e em cada clube, levando ao interesse por parte das televisões pelo basquetebol, e consequentemente o aparecimento de patrocínios. As empresas patrocinadoras só se interessarão pelo basquetebol se tiverem a perceção do retorno do investimento quer este seja financeiro quer seja em imagem por estarem associados ao basquetebol. É igualmente importante trabalhar com as associações distritais igualmente nesta áreas por forma a não só haver uma descentralização mas um enriquecimento do basquetebol regional. O basquetebol tem de ser popular e seguido ao nível nacional e não só em determinadas regiões. Muitas outras ideias podiam ser aqui apresentadas mas parece que um conjunto de ideias demasiado exagerado não se foca sobre o essencial e neste momento o essencial e o possível é que é importante. Um conjunto demasiado extenso leva-me a pensar que copiamos o texto de um qualquer manual académico por forma a abrangermos tudo o que lá está escrito e não é isso que se pretende ou que vai nos levar ao sucesso. O que se pretende é obter resultados palpáveis através das ideias que podem ser incrementadas tendo em conta que não há receitas

Como notas lamento que a campanha eleitoral tenha sido levado a cabo para dentro e não para fora. Mais para as associações e delegados e menos para as restantes pessoas do basquetebol. Muitas promessas e só no futuro se verá o que foi cumprido.

Como conclusão gostaria de dizer que sem uma visão clara e uma ação conjunta e firme destes setores, sem uma envolvência dos clubes quer ao nível dos dirigentes, treinadores, e jogadores não é possível alterar o estado em que se encontra o basquetebol. Aos juízes e oficiais de mesa espera-se que contribuam para um basquetebol mais transparente quanto ao vencedor e possibilidade de ver os espetáculos possíveis ao longo da época desportiva. Mais que fazer documentos longos e extensos ou propostas demagógicas o que era preciso era apontar soluções que não levantassem quaisquer tipos de dúvidas relação a estes temas e isso parece-me que ficamos além do esperado.
Cabe no futuro tal como no passado á direção da FPB colocar os agentes da modalidade em consonância e guiar o basquetebol para outro nível de espetáculo ao nível sénior e de uma formação que esteja mais de acordo com os desafios que os jovens gostam, que querem e necessitam de ter no século XXI.

Durante este período escrevi catorze textos, procurando contribuir para uma discussão séria sobre o basquetebol português de uma forma construtiva e a apresentando propostas concretas para determinados problemas. Agradeço aqui os contributos dados por diversas pessoas que estão tão empenhados e que amam o basquete da mesma forma que eu, agradeço igualmente todos os tipos de comentários que foram feitos, os emails respondidos ou telefonemas simples que proporcionaram conversas agradáveis, e que vieram por parte de diferentes pessoas ligadas ao basquetebol.
Este é o último artigo que é publicado no meu blog (http://apbasketball.blogspot.pt/). No futuro, não quero que haja qualquer tipo de interferência entre a minha atividade profissional e a minha opinião como pessoa ligada ao basquete desde 1969. Assim um novo espaço acolherá os meus textos e que será divulgado oportunamente.

Aos agora eleitos, o desejo de boa sorte no desempenho das suas funções. De mim, podem contar com a minha paixão pelo basquetebol e com uma cidadania ativa no sentido de ajudar a que o basquetebol ultrapasse as dificuldades atuais.

António Pereira


Monday, November 3, 2014

Correção - Um passo de gigante e um passo de caranguejo


Por vezes escrevemos palavras que não são bem aquilo que queremos dizer e por isso aqui vai a minha correção no que diz respeito ao sector da arbitragem e dos jogos não realizados no fim de semana.

Do ponto de vista pessoal não tenho dúvidas sobre a qualidade da arbitragem portuguesa. Já vi diversos árbitros portugueses a dirigirem jogos ao vivo no estrangeiro e é daqueles momentos em que nos sentimos orgulhosos de sermos tugas.

É do meu conhecimento pessoal, que há muitos anos que existe um acordo entre a entidade organizadora das competições (Liga Portuguesa de Basquete e depois Federação Portuguesa de Basquetebol) e a ANJB, para que esta possa levar a efeito o seu clinic internacional. A FPB tem inclusivamente esta data assinalada no documento da conferência do calendário. Contudo, não me parece que logo após o início das competições seja a melhor data para levar a efeito um momento tão importante como este. Parece-me que seria aconselhável encontrar uma solução que não leve ao cancelamento dos jogos, que tenhamos de estar sujeitos ao árbitros que estão disponíveis para dirigir jogos, quer sejam eles a que nível for. Uma consequência de tal pode ser que as pessoas bem como a comunicação social se afaste da modalidade. É necessário perceber que quando uma equipa começa os treinos deve começar a crescer em rotinas e os jogadores em forma física e técnica. Por seu lado e do ponto de vista do marketing e comunicação há necessidade de criar a vontade das pessoas irem ao pavilhão, há necessidade de dar informação sobre os jogos, de falar das equipas, há necessidade de o basquete ser falado. Ora um clinic logo após o início de um campeonato não é a melhor data. Foi isto que se quis dizer.

Espero que a arbitragem continue a melhorar e dignificar o basquetebol português como até agora tem feito e sei que muitos têm investido os seus recursos financeiros para tal. Reconheço que foram os agentes da modalidade que melhor se organizaram nas eleições para os delegados á AG da FPB e ambas as listas têm um documento estratégico que me fizeram chegar e que aqui agradeço.

Por isso e apesar de o texto não ter sido o melhor, a intenção não foi afrontar ninguém, mas teve a virtude de colocar as pessoas a falar de basquetebol, de ter sido disponibilizados documentos e isso só contribui para um basquetebol mais falado. Por mim podem contar com a ajuda para congregar toda a família do basquetebol e não criar a divisão desta. Todos somos poucos para melhorar o bom nome do basquetebol.

Espero que o José Cassapo como representante da ANJB aceite as minhas explicações e desculpas.

António Pereira




Sunday, November 2, 2014

Um passo de gigante e um passo de caranguejo


1. As competições de clubes já começaram um pouco por todo o Mundo. Passos de gigante têm sido dados em várias vertentes, nomeadamente na área do marketing e comunicação em diversos campeonatos que, infelizmente, não o de Portugal.

Ao abrir o sítio da FIBA somos informados sobre o número de pessoas que seguem a sua página através das redes sociais Twitter, Facebook, Youtube, e Mobile App. O mesmo sítio dá-nos ainda a possibilidade de subscrever a sua newsletter diária.

Em Espanha, nomeadamente a Liga ACB, acabou com o seu famoso guia da ACB. Melhor dizendo: acabou em papel e passou a ser exclusivamente digital, sendo que desta forma passou a estar disponível para muitas mais pessoas, em todo o Mundo, de forma gratuita e ecológica. Não é por acaso que a ACB quer afirmar-se como o segundo campeonato mais importante do Mundo, logo a seguir à NBA.

Ao nível da NBA, as notícias são demasiado importantes para passarmos ao lado delas. As equipas da NBA bateram o recorde de vendas de bilhetes anuais de ingressos. Para isso muito contribui o departamento de marketing de cada organização desportiva, que trabalham a sério, quer seja na rua, quer ao telefone a vender o seu produto.

Ainda ao nível da NBA, o número de atletas internacionais ultrapassou o número 100. Isto significa que, potencialmente, haverá mais pessoas espalhadas pelo planeta a ver jogos da NBA.

Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft que recentemente comprou os Los Angeles Clippers, está a fazer tudo o possível para que a interação com o público seja uma mais-valia para o espetáculo desportivo da sua equipa e por isso vai lançar uma aplicação onde os espetadores podem escolher a jogada que querem ver a ser repetida no marcador eletrónico e onde aparecerá o nome do contemplado.

Para mim, a publicação do vídeoclip Together, (http://www.youtube.com/watch?v=n6S1JoCSVNU&feature=youtu.be) sobre o regresso de Lebron James, aos Cleveland Cavaliers e á cidade de Cleveland vai ficar para a história do marketing desportivo pelo impacto que teve ao nível da sua comunidade e ao nível global. Se ainda não viu não perca.

2. Por cá, em Portugal, os passos não são de gigante. Nem perto nem de longe.

Um dos temas quentes é a estatística. Será que não conseguimos fazer a estatística de um jogo e colocar a informação online? É difícil de acreditar mas parece que é uma realidade. Por vezes, até saber os resultados dos jogos é difícil. E porquê? Já vi diversos jogos do sector feminino onde as equipas nem sequer apresentam 10 jogadoras (foram vários e locais diferentes do país e clubes diferentes). Não é este o sector de referência em Portugal para o nosso basquetebol?

Neste fim de semana, mais uma vez algumas competições não tiveram jogos, as equipas da 1ª divisão (terceiro nível competitivo - detesto mesmo este escalonamento de nomes) vão ficar sem jogar bem como as equipas de formação, motivo: há uma reunião de árbitros. Coitados dos dirigentes, dos treinadores e jogadores. Eles que pagam para jogar têm de parar para haver uma reunião de árbitros, que são pagos para desenvolver a sua função.

Quanto ao tema eleições para a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) parece que é um assunto que não tem suscitado um grande interesse público. Muito por culpa da letargia que a modalidade vive, pela forma como os envolvidos escolheram fazer as suas campanhas. Isto é, um tour pelas diversas associações do país onde poucas são as presenças. A ausência de um debate de ideias é significativa. E prenuncia que dificilmente algo será mudado na gestão da FPB.

Todos sabíamos que as eleições seriam entre o mês de Setembro ou Outubro. E que duas pessoas se perfilaram como candidatas.

Não é assim aceitável que não estejam preparadas, que não tenham constituído as suas equipas de trabalho a tempo e horas e divulgado, que não tenham um programa, que não tenham soluções, que não tenham recursos para os diversos dossiers.

Não é aceitável que somente apresentem desculpas, alegando que não se sabe como resolver o problema ou a crise. A crise pode condicionar mas não é aceitável como desculpa. Até será descabido, porque a maior parte das pessoas não anda basquetebol por dinheiro, ainda que, na minha opinião, a FPB deva ser dirigida por profissionais.

Por isso, precisamos de pessoas com competência, disponíveis e apaixonadas pelo basquetebol. Pessoas que pensem o basquetebol durante as 24 horas do dia. Que acordem a pensar basquetebol, que passem o dia a trabalhar e a pensar basquetebol e que durmam a sonhar basquetebol.

Não precisamos de pessoas que tenham a sua vida de tal forma ocupada que ainda vão ter de se preocupar com o basquetebol, modalidade que, porventura, lhes deve dizer muito, mas que exige deles mais do que podem dar infelizmente.

Uma outra preocupação e até surpreendente são que o sector de marketing e comunicação esteja completamente ausente do lote dos vice-presidentes de uma das listas. Não se percebe. Já ouvi dizer que essa função seria desempenhada por alguém de fora da federação e pro bono. Por favor! Quem paga as contas deles? Em muitos sectores, a “borla” e a “graça” significa muito pouco trabalho, pouco empenhamento. Espero estar enganado.

Da leitura da situação espera-se pouco de uma possível alteração de procedimentos. A FPB vai continuar a ser dirigida por três/quatro pessoas, que gerem o dia-a-dia e que já lá estavam, e essa não é a minha visão nem de muitas outras pessoas.

Como tal, pode significar a possível continuidade daquilo que foi feito, a preocupação com o presente, e pouca atenção a uma perspetiva de futuro.

Dificilmente aceito que Mário Saldanha seja o único responsável de tudo o que se passou de mal na FPB. Sê-lo-á como líder, mas também fez coisas boas. É preciso saber honrar o passado, e isto é algo que nem todos sabem fazer. Distanciarmo-nos quando nos convém não me parece correto.

Espero que não cheguemos à situação de pensarmos que mais valia ter ficado Mário Saldanha. Pois o maior problema deste dirigente foi o de não saber rodear-se de pessoas competentes, disponíveis e profissionais.

3. Um alerta: espero que os delegados da Assembleia Geral da FPB não tenham jogos marcados para o dia das eleições. Seria uma vergonha para a modalidade.

4. Uma curiosidade: pensei em assistir a uma sessão de esclarecimento de candidatos à FPB numa associação. Fiz um contacto com um responsável. Disseram-me que a sessão não era pública. Será por coisas como esta que o basquetebol não é público?


António Pereira