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Monday, May 17, 2010

Pelo bem do basquetebol...

Pelo bem do basquetebol...

Desde há muitos anos que estou envolvido de uma forma profissional e emocional com o basquetebol. A minha vida tem gravitado neste grande jogo. Aliás, digo a algumas pessoas que sou das poucas que faz realmente aquilo que gosta.
Em paralelo, e desde cedo, os meus padrões de exigência tornaram-se elevados, por influência de pessoas as quais tive o prazer de escutar, observar e analisar de próximo o seu trabalho. Alguns deles foram meus treinadores.
Ao longo destes anos vivi grandes momentos dentro e fora dos pavilhões, de alegrias e tristezas. Momentos esses que fazem parte da minha história e que faço questão de partilhar com amigos, colegas, treinadores e outras pessoas. Por me terem servido de ensinamento, para que possam ter a mesma utilidade para outras ou por pura diversão.
Diz-se que ao longo dos tempos nos vamos modificando e igualmente que muita coisa muda na vida. Na minha, tem sido uma constante o amor pelo basquetebol.
É por isso que me custa imenso assistir à queda de popularidade, do prestígio, da visibilidade e do respeito pelo basquetebol. Um sentimento que - felizmente e infelizmente! - não é sentido apenas por mim.
Estando no basquetebol há tantos anos é natural que, além de dialogar sobre negócios, comente e escute comentários sobre o actual estado da modalidade com os diversos agentes com os quais me cruzo nos pavilhões ou, simplesmente, na rua.
Ao longo destes últimos tempos, dirigentes, treinadores e jogadores foram-me demonstrando, em crescendo, a sua insatisfação, motivo pelo qual nasceu a vontade vinda de diversas áreas, de que algo teria de ser feito. A questão estava em saber quando, como e o quê...
A actual Direcção da FPB não acompanhou – ou não quis? – a evolução da modalidade na Europa e no Mundo e não encarou – ou não quis? - os desafios que, obrigatoriamente, se apresentavam. Mais: não se mostrou disponível para um diálogo com diversos interlocutores também interessados na progressão do basquetebol português.
Em comunhão de ideias e de forma espontânea, um grupo de apaixonados pelo basquetebol desiludidos com o actual estado das coisas, juntaram esforços no sentido de encontrar uma solução que se revelasse uma via alternativa ao actual elenco federativo, de forma a garantir uma mudança drástica no rumo da modalidade no nosso país.
O José Curado (perdoe-me a familiaridade para pessoas que tão mal se conheciam) aceitou liderar este processo alertado para as dificuldades e armadilhas com que se iria deparar. Tem, mesmo assim, tudo para sair vitorioso.
Com a apresentação e entrega formal da sua candidatura à Direcção da Federação Portuguesa de Basquetebol dou, naturalmente, por encerrado este projecto da minha vida. Um projecto no qual me empenhei ao máximo, tal como em tudo que me envolvo.
Estive no nascimento deste projecto de candidatura por dívida de gratidão para com a modalidade que me permitiu fazer aquilo que gosto de uma forma profissional, esperando ter contribuído para que nada seja igual no futuro do basquetebol português, para melhor.
Fi-lo igualmente porque me foi solicitado por verdadeiros amantes do basquetebol, que eu muito respeito.
Desejo, agora, que os basquetebolistas se unam em torno da sua modalidade. Se isso não acontecer, é muito possível que aquilo que todos nós tanto gostamos caia num lamaçal do qual será extremamente complicado de retirar.
Se quem ganhar as eleições nada fizer pelo basquetebol desfazem-se as dúvidas de que o estado do basquetebol será muito pior do que o é actualmente. Compete aos delegados elegerem a próxima direcção e, como tal, serão eles, basicamente, os responsáveis pelo futuro da modalidade. Anseio que tomem a decisão certa, seja ela qual for.
Estarei atento às campanhas de comunicação. Estarei atento à veracidade dos seus conteúdos. Desejo que os candidatos sejam autênticos e que não surjam outros tipos de interesses.
Uma mensagem especial para os delegados: não se esqueçam que o mais importante é o basquetebol, por isso ao tomarem a decisão de votar em José Curado ou Mário Saldanha pensem que basquetebol é que gostariam de ter em Portugal no resto das vossas vidas, que legado gostariam de deixar aos vossos filhos, netos...
Como dizem os americanos “FOR THE LOVE OF THE GAME”

António Pereira

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