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Thursday, May 1, 2014

Um momento conturbado na NBA

Nos últimos dias, tenho seguido com muito interesse as notícias acerca das palavras que Donald Sterling proferiu numa conversa privada e que ao serem divulgadas geraram uma onda de repulsa e indignação na sociedade americana e pelo mundo fora.

Não me debruço sobre o conteúdo da conversa divulgada mas sim acerca do poder das marcas/patrocinadores/parceiros comerciais, bem como da própria NBA na defesa da imagem e de todo o aspecto comercial da competição. 

Com três patrocinadores a suspendem de imediato o seu apoio (Mercedez-Benz, CarMax e Virgin America) e outras sete que suspenderam o seu apoio de forma temporária (Diageo, Kia, State Farm, Red Bull, Sprint, Corona, Aqua Hydrate, Burger King e Commerce Horel & Casino) para além da Samsung que suspendeu momentaneamente a sua relação com a equipa mas que recuou a tempo do último jogo, foram levantadas diversas questões por pate dos diversos stakeholders à volta da imagem do basquetebol, da importância das marcas e seus apoios financeiros e repercussão na imagem destas.

A NBA ao tomar a decisão de banir para sempre bem como obrigar o proprietário dos Los Angelos Clippers a vender a sua organização, teve em conta os interesses da modalidade, da sua imagem, bem como o interesse das outras organizações desportivas, colocando-se agora em causa sobre se tem legitimidade no que diz respeito ao obrigar Donal Sterling a vender a equipa.

Este é um sinal inequívoco sobre a importância da gestão de um produto, dos seus patrocinadores e da imagem de quem organiza a competição e equipas que participam na competição.

Assim, duas lições se podem retirar desta situação criada por palavras ditas em foro privado, e tornadas públicas: defesa dos interesses do basquetebol como máxima e o poder dos marketers na defesa das suas marcas e respectivo retorno do investimento.


Esta é uma lição que não nos devemos esquecer mesmo numa competição como a portuguesa: a defesa dos supremos INTERESSES DA MODALIDADE, dos seus CLUBES e dos seus PARCEIROS COMERCIAS. 

1 comment:

Tiago Fonseca said...

Olá António, descobri hoje o seu blog. Os meus Parabéns. Sou um adepto (obcecado) da NBA. Vou fazer com que o meu comentário penda mais para o lado marketing da coisa.

Concordo consigo e foi assustadora a rapidez com que as marcas partiram em debandada aquando das declarações do Sterling.

Para além das duas lições que enalteceu, as quais também sublinho, acrescentaria uma terceira.

A forma como a NBA deu o peito às balas e como deu a volta aparando os estragos feitos pela ausência das marcas foi fenomenal. No Jogo 4 dos Playoffs, o treinador dos Clippers, Doc Rivers, tinha escrito no quadro o mote We are one para os jogadores. A NBA usurpou essa mensagem interna e passou a ser o novo slogan.

À entrada para o Jogo 5 havia placards WE ARE ONE, onde numa semana antes estavam os patrocinadores. Nas TV's passaram anúncios alusivos ao WE ARE ONE.

We Are One passou a trend no Twitter. "Oftentimes the most successful marketing and P.R. campaigns are organic, and they go viral because they're authentic. I think that's what happened in this case.", David Carter.

Uma boa lição para nossa liga.

Continuação,

Tiago Fonseca