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Sunday, June 22, 2014

Análise a diversos pontos altos – As primeiras medidas de marketing a implementar

Acompanhei diversos pontos altos realizados um pouco por todo o país. Devido a obrigações académicas e compromissos profissionais, não pude estar presente em dois (sub-18 masculinos e sub-20 masculinos) de que gostaria imenso. Assisti, portanto, ao playoff final da Proliga, final da 1.ª Divisão (Chamusca), às fases-finais de sub-16 femininos (Ermesinde), sub-16 masculinos (S. João da Madeira) e sub-14 masculinos (Fundão), bem como às Festas Juvenis do Basquetebol (Albufeira).

Fica uma primeira questão: Chamusca, porquê? No pavilhão desta localidade par além de mim, apenas estavam pessoas identificadas com o Vasco da Gama e Atlético, para além de dirigentes da FPB e do poder local. Mais ninguém. Que benefícios recolheu o basquetebol português em promover a modalidade numa vila de 3.300 habitantes, a cerca de 100 quilómetros de distância de Lisboa e cerca de 200km do Porto ?

O cenário noutros pavilhões – não em todos, como é óbvio, dependendo da sua localização – foi praticamente o mesmo. Alguns recintos apresentaram bancadas bem compostas (principalmente aqueles de lotação muito limitada), mas unicamente de espectadores com ligações de afinidade a algum dos intervenientes. Só por isso.

Onde está, então, o público de basquetebol? A promoção destes eventos foi a melhor? foi eficaz? A comunicação com os agentes desportivos das áreas próximas à da realização das iniciativas foi válida?
Fica a perceção de que o basquetebol é, na atualidade, uma modalidade unicamente de consumo interno, emergindo a necessidade imperiosa de a tornar visível.

De forma a termos a noção exata da realidade, uma das primeiras medidas a implementar pelo futuro presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol, e da sua equipa de trabalho, é avaliar a implantação da modalidade em Portugal, dando resposta a determinadas questões, entre as quais: quantos somos?; quantos nos veem?; onde somos vistos?

É indispensável efetuar uma contabilidade dos adeptos que se deslocam aos pavilhões, nas iniciativas com bilheteira paga ou não, quer estas sejam organizadas por clubes, associações ou federação. A partir de 1 de setembro de 2014, nenhum jogo se deverá realizar sem que esta ferramenta esteja em funcionamento, de uma forma rigorosa.

A visibilidade terá de ser escrutinada. Que notícias surgem de basquetebol, em que tipo de órgãos de Comunicação Social… A ponderação destes dados pode ser extremamente relevante no contacto com eventuais parceiros. Idêntico rastreio deverá ocorrer nas diferentes redes sociais.

Há poucos dias a Seleção Nacional sénior feminina venceu um jogo para o apuramento do Eurobasket, frente à congénere da Itália. Que eco este resultado teve na Comunicação Social? Qual o impacto de um resultado histórico na comunidade desportiva? Muito? Pouco? Porquê?


Outros estudos terão de ser desenvolvidos como forma de dar suporte à estratégia de marketing e comunicação da FPB. Vou mais longe. A única possibilidade de sucesso do gabinete de marketing e comunicação é que este setor deve ser gerido por alguém que tenha conhecimentos do fenómeno desportivo e das modalidades desportivas em especial. Para além disso, deverá estar em sintonia com o setor desportivo, participando na definição das linhas estratégicas a assumir pela FPB. Medidas avulsas, desligadas das várias áreas e sem visão de médio/longo prazo ficarão condenadas ao insucesso.

2 comments:

Unknown said...

Boa noite, também assisti à final do CN 1a divisão na chamusca e nao tenho qualquer ligacão aos clubes envolvidos, nem tão pouco sou dirigente da fpb.

Para quem quer ser presidente da fpb, é preciso olhar com outros olhos para o interior e para as associações pequenas.

Ainda assim, concordo com muito do que foi dito.

Cumprimentos

Sergio rosmaninho

apbasketball said...

Sérgio Rosmaninho, obrigado pelo comentário.Não se olha para as associações do interior e para as associações pequenas, olha-se para o basquetebol em geral e todos fazem parte desse mundo e não concebo que assim não seja. Por isso questiono, fazer um ponto alto que não tenha nada a juzante ou montante que justifique isso: Que beneficio traz ao basquetebol ? Temos de ter uma visão estratégica da modalidade e tomar decisões em função disso. Mas quero que fique claro que basquetebol só pode evoluir se todos tivermos envolvidos e ganhos para essa participação.