Têm-se disputado por todo o país
as fases finais dos escalões de formação sinal de vitalidade da modalidade e
das respetivas associações e que por norma são seguidas, em bom número, por
pais e parentes dos participantes.
Na sequência disso tem-se
assistido a uma discussão nas redes
sociais e em conversas entre amigos sobre
a qualidade da formação dos jovens jogadores Portugueses.
Muitos tendem a fazer
paralelismos e ressalvam que no passado fazia-se isto e fazia-se aquilo, que
eram melhores. Temos de aceitar e compreender
que o basquetebol do presente é jogado sob os pontos de vista coletivo e individual
de forma diferente, bem como a exigência física e mental são hoje parte
fundamental das competências necessárias a um jogador de sucesso ou que quer
competir a um determinado nível.
A velha máxima de que não se pode
esperar resultados diferentes aplicando a mesma fórmulaestá hoje cada vez mais
presente porque o jogo de basquetebol de
hoje em comparação ao do passado só tem mesmo o nome em comum.
Sou daqueles de que não gosto de comparar
o que não e comparável, mas gosto de ter referências, e a história do jogo ensina-nos
e ajuda-nos a compreender o passado e a perspetivar o futuro da modalidade.
Aliás a falta de um diagnóstico correto é o maior problema do basquetebol
português bem como em geral das organizações.
Se houvesse um diagnóstico bem
feito, e por isso tivesse realmente objetivo ao identificar problemas e a razão deles seria muito mais fácil de implementar um plano estratégico que
alterasse esse quadro e assim colocar o
basquetebol no caminho em direção ao futuro.
A propósito de diversas fases
finais de jovens do sector masculino, que se disputaram por todo o país tive a
oportunidade de ver alguns jogos e de trocar ideias com algumas pessoas acerca
dessa observação e identifiquei as
seguintes situações:
- Fraco conhecimento do jogo de
basquetebol nomeadamente nos seus princípios básicos, tais como ocupação do
espaço e conhecimento do jogo;
- Técnica individual quer
ofensiva quer defensiva com qualidade mediana;
- Qualidade das decisões tomadas questionável,
com bola e sem bola;
- Seleção de lançamentos no que
diz ao timing do lançamento, zona do
campo onde é efetuado, tipo de lançamento executado, partilha da bola (passe
extra) para lançador melhor colocado a melhorar bastante;
- Ligação passador – recetor, nomeadamente
o timing de passe/receção do base
para o extremo, o que causa muitas perdas de bola. Do extremo para o poste, não
deixando que o poste ganhe a posição e ao mesmo tempo optando por um tipo de
passe menos efetivo (passe de duas mãos ou passe em arco por exemplo) em vez de
passe picado (cruzado ou direto) com uma mão;
- Poucos bons lançadores (talvez
por não se poder defender zona);
- São poucos os bons dribladores;
- Muitos poucos sabem passar a
bola, especialmente após drible;
- Ataque sistemático do cesto
através da penetração pela linha final (não consigo perceber o porquê deste
conceito visto que é das piores soluções ofensivas);
- Defesa ao homem como bola,
nomeadamente na capacidade de parar a penetração em drible;
- Defesa do lado de ajuda é um
conceito quase ausente do jogo;
- Bloqueio e ressalto defensivo praticamente
inexistente;
Da análise individual posso
afirmar que nos jogos observados não identificamos jogadores com um reportório
individual de movimentos técnicos que hoje são necessários no basquete moderno
e que deviam permitir ao jovem praticante ter uma perspetiva de sucesso no confronto
com o seu adversário direto, quer no que diz respeito ao drible e criação de
lançamento.
Hoje muitos colocam os olhos em
Luka Doncic e o seu reportório de
técnica individual ofensiva. Um outro bom exemplo é James Harden, uma
máquina de fazer cestos. Aliás acerca de Harden existe hoje nos USA uma
discussão que aponta para que ele seja o jogador
mais ofensivo de todos os tempos passando jogadores como Wilt Chamberlain
ou Michael Jordan que foram jogadores que se destacaram pela sua capacidade de
marcar pontos ao longo da sua carreira.
Os jovens de hoje têm uma
vantagem em relação aos jogadores do passado, visto que o acesso á internet
permite-lhes o acesso fácil á informação
e imagens visuais de jogadores evoluídos tecnicamente (do presente e do
passado) e isso permite-lhes uma ideia de como treinar melhor, podem replicando
técnicas e mesmo desenvolver a técnica individual. Este é o desafio que
lhes é colocado. Ver, observar, aprender,
praticar, trabalhar, trabalhar mais, trabalhar melhor se querem atingir um
nível de qualidade acima da média seja ela qual for.
Na
formação portuguesa será que conseguimos identificar jovens com qualidade
técnica quer ofensiva e defensiva que lhe permita ter sucesso no basquetebol
moderno e num patamar de excelência?
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António Pereira
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