Durante mais de duas décadas quer
pelo gosto e prazer em ver um jogo de basquetebol, mas também por motivos
profissionais habituei-me ao chegar a um pavilhão, sentar-me, ver, e observar os jogadores de basquetebol a
desenvolverem as suas competências técnicas e avaliá-las.
Nunca me preocupei muito com as
soluções táticas porque se assim fosse estaria a avaliar as competências do
treinador no que diz respeito á preparação e execução da estratégia ou
estratégias do jogo, mas por vezes identificamos e não podemos ignorar que as
opções táticas não ajudam a tirar partido das características de um determinado
jogador, especialmente no que se refere ao escalão sénior, mas por norma esse não
era o objetivo do meu trabalho.
A primeira parte deste artigo
deve ser encarado nessa perspetiva, ver,
observar, identificar e analisar potencias jogadores, como forma de verificar
se tiveram um percurso que os dotou das técnicas necessárias para serem
jogadores seniores.
A avaliação deve ser encarada como um momento natural e o jogo é um bom momento para o fazer. Jogadores e treinadores são sistematicamente avaliados pelos fans das equipas, pelos seus dirigentes, pelos órgãos de comunicação social, pelos seus pares e por aqueles cujos objetivos é identificar potenciais talentos.
A avaliação deve ser encarada como um momento natural e o jogo é um bom momento para o fazer. Jogadores e treinadores são sistematicamente avaliados pelos fans das equipas, pelos seus dirigentes, pelos órgãos de comunicação social, pelos seus pares e por aqueles cujos objetivos é identificar potenciais talentos.
Para que o trabalho tenha sucesso
é preciso um plano de desenvolvimento de
curto e médio prazo, aquilo que por norma se afirma como “não queimar etapas”.
Mas o que é isso afinal? Não queimar etapas é ensinar desde as técnicas mais
básicas até ás mais exigentes ao longo de diversas épocas de forma a que só se
passe ao patamar seguinte desde que que se domine o patamar em que está. Nenhum
professor passa da tabuada dos 5 para a tabuada dos 9 sem saber as tabuadas
prévias, como é óbvio.
Ora só é possível que os jovens
jogadores se desenvolvam se existir o tal plano prévio sendo da
responsabilidade do treinador traçar este percurso e avaliá-lo.
Pode acontecer que um ou mais jogadores
não sejam capazes de melhorar ao mesmo ritmo que outros, mas isso não deve ser
encarado como um problema. É só mais um desafio para o treinador entre outros.
Diversas questões têm sido
levantadas após o fim destas fases finais, nomeadamente a aplicação do regulamento
técnico pedagógico (RTP) que recomenda que
as equipas não devam defender zona, deixando muitas vezes os defensores em situações
posicionais duvidosas sobre como se estão a defender hxh ou em zona o que na
pratica leva a que muitos defendem “zomem”.
Por outro lado, obriga a que os jogadores de uma equipa (neste caso dos sub 16)
joguem pelo menos 1 período de jogo, o que nesta fase não parece ser nada consensual.
O mais caricato pode acontecer é nenhuma
das equipas conseguir cumprir com o RTP. Neste caso mesmo jogando levaria a
que as duas equipas perdessem o jogo, o que não deixa de ser original e
caricato porque num jogo ou existe a vitória, a derrota ou empate, agora duas equipas perderem não deixará de ser
estranho e bizarro.
Ate que ponto a aplicação do RTP contribui para os
problemas com que as nossas seleções se debatem nos confrontos internacionais?
Fará parte do mundo real da competição internacional? Em que é que beneficiam os
atletas do ponto de vista de progressão individual?
Enquanto jovem quer eu bem como
os meus colegas, todos queríamos fazer
parte da equipa sénior e todos tínhamos os nossos ídolos de então. Hoje não
tenho essa certeza. Antes pelo contrário. A perceção que existe é que muitos
dos miúdos que hoje jogam, é porque são obrigados muitas vezes pelos pais e que
a atividade dentro dos clubes só existe porque os pais pagam e se pagam exigem
que os filhos joguem independentemente da sua qualidade ou da sua preparação.
Treinar não é suficiente para a satisfação destes pais. Mas jogar deveria ser por mérito e não por via administrativa. Contudo compreendo. Muitos consideram os pais um problema em vez de os considerarem um beneficio. Há que saber
gerir os pais e fazê-los crescer como agentes desportivos pela positiva contribuindo
de forma decisiva para o crescimento dos seus filhos através da prática
desportiva. Alguns dizem que os rapazes e raparigas estão mais comprometidos
com o futebol ou futsal do que com o basquetebol e que só estão no basquetebol
porque são obrigados pelos pais. É um problema que só uma gestão desportiva
pode de certa forma resolver na minha opinião.
O
basquetebol tem de se afirmar como uma marca de prática desportiva de referência
inserida na industria desportiva e isso tem tardado a ser feito.
A este propósito no dia 4 de
fevereiro de 2019, o treinador da seleção nacional sénior masculino, Mário
Gomes, numa entrevista a um canal de televisão afirmou “o basquetebol português está melhor, mas os outros cresceram mais do
que nós”.
Podiam-se colocar muitas questões, nomeadamente como se deve promover o basquetebol? para que serve o RTP? Será que regulamento beneficia o
progresso dos jovens? Se não, afinal serve a quem?
Mas parece-me que a questão de
partida mais interessante poderá ser: como tornar o
basquetebol interessante para que os jovens desejem jogar nas equipas séniores?
António Pereira
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