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Friday, February 22, 2019

Basquetebol de formação em Portugal – que caminho (3ª parte)

Após muito ponderar sobre os conteúdos que escrevi queria deixar aqui mais algumas ideias.


1 – O antes, o durante e o depois

Seja qual for a idade de alguns dos diversos agentes do basquetebol, nomeadamente dirigentes, treinadores e pais (mesmo os mais recentemente chegados á modalidade), nesta altura já terão chegado ás seguintes conclusões:

A - O custo da prática da atividade sempre foi um problema. Houve uns mecenas, houve uns quantos amantes da modalidade que adiantavam dinheiro do seu bolso, mas pagar as despesas foi sempre um problema;

B – O número de pavilhões a ser usados pelas diversas equipas também sempre foi uma realidade;

C – A favor havia uma coisa que eu considero que era fundamental. Os jovens eram treinados pelos sues ídolos de então. Muitos eram os jogadores seniores que sem qualquer tipo de curso de treinador e sem necessidade de créditos ensinavam os fundamentos do jogo e pouco os X’’s e os O’s. Os jovens preocupavam-se em dominar a bola, marcar cestos e evitar que a equipa adversária marcasse pontos;

D – Todos queríamos jogar em seniores. Na altura, não havia a perspetiva de se ter uma carreira desportiva profissional, mas sim o desejo de jogar ao máximo nível da competição, e isso refletia-se no empenho, no número de presenças aos treinos e na vontade de aprender e de competir. Jogar, mais jogar e voltar a jogar. Era o que todos queríamos. Festas ou convívios não existiam. Existia era competição, um desafio no fundo semelhante ao que os jovens competem nos seus smarthphones ouplaystations ou computadores com outros jovens. A diferença, pela positiva, é que naquela altura víamos o rosto dos nossos opositores;

E – É assim que eu apesar de compreender os inúmeros problemas porque os clubes passam, e nada me leva a crer antes pelo contrário que os problemas são realmente verdadeiros, que se pense que alguma vez possamos voltar a reencontrar o mesmo estado de espirito que existia. Não é sinal dos tempos. É sinal da mensagem que é passada, como é passada e por quem é passada;  

F – Como se os diversos problemas já não fossem poucos, entretanto nas últimas décadas, passou a haver uma enorme pressão por parte do sistema escolar em que uma simples décima pode alterar por completo a perspetiva de um ou uma jovem no que diz respeito ao seu futuro profissional e com tudo o que daí pode advir para o seu futuro;

G – Neste caso estamos muito distantes do sistema americano onde os jovens atletas recebem bolsas para frequentar uma determinada universidade em troca dos seus préstimos desportivos. Os que já tiveram oportunidade de ver ou aos que não viram, só vos posso dizer que é algo de inimaginável. Existem eventos que colocam inclusivamente o nome das universidades presentes e, então, é ver os jovens a lamberem literalmente o chão, a não dar espaço ao seu adversário direto, a demonstrar os seus atributos ofensivos. Quais X’s ou quais O’s. Ali, eles estão a lutar por ter acesso a uma educação e uma perspetiva de vida que o desporto lhes pode proporcionar e que dificilmente terão se não for desta maneira. Este problema por norma não se coloca na prática do basquetebol em Portugal;

H – Pode muito bem ter sido estes alguns dos fatores que levou e que leva tantos rapazes e raparigas a optarem pela prática do futebol porque através do treino, do talento pessoal poderem ter uma vida muito diferente e que muitos pais apoiam;

Não podemos dizer se essa perspetiva de vida pode ser para melhor ou se para pior, até porque vários são os exemplos de muitos atletas de elite que não souberam gerir as suas vidas e as suas finanças e que acabaram na falência, mas isso é um outro tipo de problema.



I – E depois disto tudo o que fazer?
Será que repetir algumas das ações que tiveram sucesso no passado podem voltar a ter resultados positivos num quadro social e económico diferente?

Quando é que vamos perceber e aceitar que existem diversos basquetebóis e quando refiro diversos não me refiro a sexo, idade, mas sim realidades, contextos, motivações, objetivos e estádios de desenvolvimentos.

Promover o encontro de jovens para a prática da modalidade seria um bom principio.

Ensinar o gosto pelo jogo de forma simples, também não seria mau.

Convidar os atletas mais velhos, velhas glórias que já poucos conhecem (!) mas que alguns são bons a contarem histórias também não era mau.

E se aliarmos isto tudo aquilo que são os novos desafios a que os jovens de hoje tão bem se entregam e se sentem atraídos, acho que seria ótimo.

Mas para que isto aconteça a técnica do olhometro já não funciona.

É preciso analisar, planear ações, criar objetivos, orçamentar, avaliar e isto teria de fazer parte de um plano estratégico de marketing e comunicação. Plano este que não pode ser só um plano só da Federação Portuguesa de basquetebol. Este plano tem de ser muito mais amplo e ser levado a efeito, pelas associações e clubes, porque existe muitas ações, demasiadas diria eu, mas que só levam á dispersão dos recursos e nós devíamos querer é concentrar recursos e obter resultados.

A avaliação do que se fez e do que se faz, deve fazer parte integrante das boas práticas empresariais e é fundamenta para o crescimento da FPB se queremos “O Basquetebol Primeiro”.


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